Impossível não sentir raiva’, dispara Samara Felippo sobre racismo contra filha em escola

O programa Fantástico deste domingo (5) falou de um desafio para pais e professores: como lidar com episódios de racismo quando eles acontecem dentro da instituição escolar?. É que a filha da atriz, Samara Felippo, foi vítima de ofensa racista e a famosa cobra insistentemente atitudes para garantir que a herdeira possa continuar a frequentar a escola em segurança e sem qualquer tipo de ameaça.

“A gente chegou em casa e eu vi a Alicia debruçada na mesa, tendo que refazer cada linha. Ela chorava compulsivamente porque estragaram o trabalho dela. É impossível uma mãe não sentir raiva nesse momento. Eu não quero ver minha filha chorando. Nenhuma mãe quer”, relata Samara.

O desabafo da atriz, Samara Felippo, é especificamente sobre a agressão racista sofrida no mês passado por Alicia, uma de suas filhas com o ex-jogador de basquete Leandrinho Barbosa.

“Arrancaram todas as páginas de um trabalho que ela fez com muito capricho e dentro do caderno tinha uma frase de cunho racista gravíssima”, conta a famosa.

O triste episódio ocorreu na Escola Vera Cruz, em São Paulo, que desde 2019 tem um projeto social de Educação Antirracista. “Não estou aqui para apedrejar a escola. Imagina, recebeu o acolhimento. Achei que a primeira ação que eles fizeram foi importante para acharmos os responsáveis, mas ainda é um projeto antirracista falho”, ressaltou a famosa.

Ao ser procurado pelo Fantástico, o coordenador da Escola Vera Cruz, disse que a instituição reconhece o que aconteceu com a Alicia como sendo um ato racista.

“A Alicia nos trouxe a questão, e fomos imediatamente a todas as salas do nono ano, onde a fala sobre o ocorrido envolvia reconhecer aquilo como uma atitude racista grave. As agressoras ficaram suspensas por tempo indeterminado para que a escola pudesse amadurecer todos os processos de outras sanções eventualmente cabíveis àquela situação.”

“Eu gostaria que a minha filha não convivesse mais com as agressoras. Quando essas meninas voltarem ao ambiente escolar, se voltarem, a minha filha vai revisitar essa dor. Você entende? Eu não quero mal, eu não estou odiando ninguém”, desabafou a atriz.

Aumento de casos
Vale ressltar que esta semana, o programa dominical juntou relatos de outros alunos que já foram vítimas de racismo no ambiente escolar.

Desde 2019, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo dá atenção especial em casos de diferentes tipos de discriminação. Os números de denúncias reduziram durante a pandemia, despencaram em 2022 e, ano passado, passaram de três mil só entre janeiro e setembro.

De acordo com uma pesquisa da Escola Paulista de Medicina com estudantes de 30 escolas estaduais na capital paulista quem sofre racismo na escola tem risco 36% maior de iniciar o consumo precoce de álcool; e 81% maior de iniciar o uso de tabaco.

A professora doutorada da Faculdade de Educação da USP, Iracema Santos do Nascimento pontuou os traumas do racismo para as vítimas.

“Os atos racistas vão deixar traumas e marcas possivelmente para o resto da vida das pessoas que sofrem o racismo.



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