Humberto de Campos Alencar e Silva, o copiloto do avião que caiu no interior de SP, deixou registrado como queria ser velado pela família
Humberto de Campos Alencar e Silva, um homem de 61 anos, que era copiloto do avião ATR-72 da Voepass que sofreu um triste acidente em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9). O velório dele aconteceu na segunda-feira (12), e seu pai, Bernardo Pereira da Silva, de 87 anos, revelou que Humberto tinha deixado tudo planejado para o seu sepultamento.
No decorrer de uma conversa com o G1, Bernardo contou que o filho sempre foi muito claro sobre seu desejo de ser enterrado no Vale do Ribeira, uma região que ele amava muito. “Ele sempre dizia: ‘Pai, não se esqueça, quando eu for “enbora”, quero ser sepultado em Iporanga’. Ele falou isso várias vezes, para mim, para os irmãos, e para a esposa”, contou Bernardo.
Humberto, que morava em Jandira, São Paulo, foi velado na Câmara Municipal de Iporanga e enterrado no cemitério local. Segundo o pai, a família tem uma longa ligação com a cidade: “A gente frequenta Iporanga desde que ele tinha 9 anos, quando compramos uma propriedade lá.”
Bernardo explicou que ele mora em Iporanga há oito anos, mas a propriedade está na família há 52 anos. “Desde a compra, Humberto sempre esteve lá, acompanhou a gente durante a juventude e adolescência. Por isso, ele tinha um profundo respeito e amor pela cidade, assim como eu”, disse Bernardo, visivelmente emocionado.
Humberto tinha o hábito de visitar o pai sempre que tinha folga. “Sempre que ele podia, vinha passar um tempo comigo. Eu moro sozinho lá, e ele sempre vinha com a esposa. Ele tinha uma paixão enorme pela propriedade, pelo lugar e pela região”, lembrou Bernardo.
Iporanga é uma cidade pequena, com cerca de 4 mil habitantes, mas que conquistou o coração de Humberto. “Tem 1.160 km² de floresta, e 90% é floresta primária. É uma região cheia de água e palmito-juçara. Quando você anda pela floresta, é como se estivesse em um conto de fadas, e você não quer mais sair de lá. Para ele, a natureza era tudo, como é para mim, e deve ser para todos os seres vivos”, afirmou Bernardo.
Enquanto isso, uma história inesperada veio à tona sobre outra família que teve um susto relacionado ao mesmo acidente. Fernando Morais compartilhou nas redes sociais que ele, a esposa Bruna e o filho Benício embarcaram por engano no mesmo voo da Voepass que caiu em Vinhedo. Eles estavam se dirigindo ao Rio Verde (GO), mas acabaram entrando no avião errado. Segundo Fernando, eles ficaram cerca de meia hora dentro da aeronave antes de perceberem o engano e desembarcarem.
Essa família passou por um momento de grande tensão, mas felizmente conseguiu sair a tempo, evitando uma tragédia ainda maior. O voo que eles esperavam era para uma outra cidade, e só perceberam o erro antes da decolagem. O episódio trouxe uma reflexão sobre o quão perto a tragédia pode estar e como é importante estar atento a todos os detalhes em situações de viagem.
