Na quinta-feira (15), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, trouxe uma notícia importante: o Brasil está no nível 1 de emergência em relação à mpox. Essa declaração foi feita durante a inauguração do novo Centro de Operações de Emergência em Saúde, que vai ajudar a coordenar as respostas e ações para lidar com a doença.
A boa notícia é que, por enquanto, não foi encontrada no país a nova variante do vírus chamada 1B. Essa cepa é considerada mais grave e mais transmissível. A OMS, que declarou recentemente uma emergência global de saúde devido a um surto na África, agora está preocupada com essa nova variante.
O Centro de Operações de Emergência em Mpox, ou COE-Mpox, terá um papel fundamental na luta contra a doença aqui no Brasil. Entre suas tarefas, estará o aumento da vigilância e o controle da mpox, monitorando a situação do vírus e coordenando as ações necessárias. Também vão trabalhar na orientação de viajantes para evitar a propagação.
Os sintomas da mpox incluem lesões agudas que soltam secreção e vesículas que aparecem em várias partes do corpo, com maior concentração nas áreas genitais e, em alguns casos, na boca. Além disso, quem está infectado pode sentir calafrios e dores de cabeça.
A ministra Trindade também revelou que o Ministério da Saúde está em contato com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para conseguir, de forma emergencial, 25 mil doses de vacinas contra a doença. Essas vacinas serão destinadas, principalmente, para pessoas que vivem com HIV/AIDS e para os profissionais de laboratório que lidam com o vírus.
Até o momento, não há casos da variante 1B registrados no Brasil. Desde que a situação de emergência internacional foi declarada em 2022, o país só teve casos da cepa 2 do vírus.
As infecções no Brasil estão predominantemente entre homens, representando 98% dos casos, e também entre pessoas que vivem com HIV.
Falando um pouco sobre o histórico da doença por aqui, o primeiro caso de mpox no Brasil foi registrado em São Paulo, em 2022. Desde então, até o início de 2024, foram confirmados 12.215 casos. Infelizmente, a última vítima fatal relacionada à doença aconteceu em abril deste ano.
É bom saber que o governo está tomando medidas para controlar a situação e proteger a população, especialmente com a nova variante que está preocupando o mundo todo. Vamos ficar de olho nas atualizações e seguir as orientações das autoridades de saúde para evitar a propagação da doença.
O que deve ser feito para conter uma nova pandemia
Stucchi revela que, entre as principais medidas para conter surtos e uma nova pandemia causada por mpox, está a vacinação da população, com maior igualdade no acesso ao imunizante. “Infelizmente, parece que não aprendemos — enquanto sociedade, gestores públicos e população — com a pandemia de Covid-19 sobre equidade. Nós já deveríamos ter vacinado a população da África, porque sempre foi uma população mais acometida pela doença [mpox] e é onde há maior mortalidade”, afirma a especialista.
Também é preciso disponibilizar o tratamento correto e iniciá-lo precocemente nos pacientes com maior risco de desenvolver quadros graves da infecção por mpox, segundo a infectologista.
“Nós temos que ter uma política de responsabilidade multilateral, de vários países, para o enfrentamento dessa doença. A possibilidade de se enfrentar individualmente essa doença sem o apoio e o aporte financeiro de uma política global representa um risco muito grande de termos um gravíssimo problema de saúde pública”, acrescenta Bacha.
