Entenda o que é a cirurgia de amputação do reto

Preta Gil deu uma entrevista ao “Fantástico” recentemente e falou abertamente sobre o difícil tratamento que está enfrentando contra o câncer. Ela revelou que precisou passar por uma cirurgia bem delicada, onde o reto foi amputado. Imagina só, né? Ela mesmo disse: “Eu não tenho mais o reto. Isso é um tabu, mas é minha realidade e não posso ter vergonha disso.”

Essa honestidade dela tocou muita gente nas redes sociais, afinal, falar sobre um procedimento tão complicado assim não é fácil. Preta foi diagnosticada com câncer de intestino (ou colorretal) em 2023, e essa cirurgia, que aconteceu há um ano, faz parte do tratamento dela.

Muita gente pode não saber, mas o reto é a última parte do intestino grosso, responsável pela formação e eliminação das fezes. Isso é algo básico do corpo humano, mas que muitas vezes a gente nem pensa até precisar entender por conta de uma situação como essa. Uma das maiores preocupações da Preta era a chance de perder o esfíncter, que é o músculo que ajuda a controlar a saída das fezes. Felizmente, os médicos conseguiram preservar essa parte, o que já é um grande alívio pra ela.

Segundo o cirurgião Samuel Aguiar, que é especialista no assunto, é raro precisar amputar o esfíncter. Hoje em dia, com os avanços na medicina, o mais comum é conseguir manter essa parte intacta, e no caso da Preta foi exatamente isso que aconteceu. Agora, ela segue em novos ciclos de tratamento para outros tumores.

O câncer colorretal, pra quem não sabe, pode começar tanto no cólon (que é o intestino grosso) quanto no reto, e infelizmente, é uma doença que precisa de bastante cuidado. A cirurgia que Preta fez é chamada de amputação do reto, e não é qualquer coisa. Dependendo de onde o tumor tá localizado, pode ser necessário fechar o ânus permanentemente e criar uma colostomia, que é aquela bolsinha que a gente vê algumas pessoas usando, sabe? Ali, as fezes são coletadas por uma abertura no abdômen.

No caso da Preta, felizmente, não precisou ser assim. Como o tumor dela estava num lugar que deu pra preservar o ânus, ela não ficou com essa colostomia definitiva. O cirurgião Romulo Almeida, de Brasília, explicou que, hoje em dia, na maioria dos casos, dá pra preservar o ânus e o paciente não precisa ficar com essa bolsinha pro resto da vida. Mas é claro que isso depende de cada caso.

Esse tipo de operação é bem complexo. Antes de qualquer coisa, o paciente passa por uma série de exames pra garantir que tá tudo certo pra encarar a cirurgia. No dia do procedimento, é preciso estar em jejum e tomar alguns medicamentos, como laxantes e anticoagulantes, pra evitar complicações. A cirurgia em si pode demorar até três horas, e o processo de recuperação também não é brincadeira.

Pelo que os médicos explicam, essa cirurgia envolve retirar o reto e o cólon sigmoide, que é a parte final do intestino. Depois disso, se for necessário, o ânus também é removido, o que foi evitado no caso da Preta. As técnicas modernas, como a videolaparoscopia ou a cirurgia robótica, ajudam bastante na recuperação, mas ainda assim, o pós-operatório exige paciência. Tem que fazer fisioterapia, acompanhamento psicológico, tudo pra garantir que a pessoa possa voltar à vida normal.

Claro que existem riscos. Um dos mais comuns é a infecção, principalmente na região do períneo, perto do ânus. Outra complicação que pode acontecer é a Síndrome Pós-Ressecção, onde o paciente tem uma frequência maior de evacuações e dificuldade em controlar fezes e gases. Esses sintomas podem durar até dois anos, o que, sem dúvida, afeta bastante a qualidade de vida da pessoa.

Preta Gil, com toda a força e coragem que a gente já conhece, continua enfrentando essa batalha com garra, e é admirável ver como ela não esconde a realidade do que tá vivendo. É um exemplo de resiliência e de como a gente não deve ter vergonha de falar sobre essas questões que fazem parte da vida.



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