No primeiro debate do segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, que rolou na Band na noite de segunda-feira, dia 14, os candidatos Guilherme Boulos (do PSOL) e Ricardo Nunes (do MDB) mostraram que estão dispostos a levar as coisas com um pouco de humor, mesmo em meio a tantas acusações. A coisa começou a esquentar quando Nunes mencionou que Boulos passou anos “fugindo de oficiais de justiça”. E aí, em um momento inusitado, Boulos saiu do seu lugar e foi até Nunes. A tensão no ar foi quebrada quando os dois se encararam e Nunes acabou abraçando o adversário.
“Você tá bem?”, perguntou Nunes, tentando deixar a conversa mais leve. “Tô tranquilo, e você? Tudo certo?”, respondeu Boulos, ambos com um sorrisão no rosto que fez a plateia rir. Foi uma cena engraçada, especialmente porque a maioria das trocas entre candidatos costumam ser mais tensas.

Nunes, ainda com aquele sorriso, soltou uma frase que deixou tudo mais descontraído: “Você não vai me intimidar, sabe por quê? Eu venho da periferia do Parque Santo Antônio. Medo eu não tenho, só de Deus”. Boulos, sem perder o ritmo, respondeu: “Jamais”. Esse tipo de interação faz a gente perceber que, mesmo com as diferenças políticas, os dois sabem brincar um pouco, e isso cativa o público.
Depois dessa leveza, eles voltaram a focar no que realmente interessa: os planos e propostas. Mas, mesmo assim, as piadas continuavam a surgir. Nunes, por exemplo, tirou onda dizendo que Boulos, no fundo, vai acabar votando nele, já que tudo que ele (Nunes) faz, Boulos diz que vai copiar. O público achou graça e a atmosfera ficou mais amistosa, o que é bem raro em debates políticos.
Essa interação não foi só uma pausa para risadas; foi uma estratégia para mostrar que, por trás das máscaras de candidatos, existem pessoas comuns que podem ter um diálogo civilizado. Isso é algo que muitas vezes falta na política, onde o clima tende a ser hostil. A ideia de que os dois podem rir juntos, mesmo sendo adversários, pode até inspirar uma nova maneira de fazer política, mais leve e menos agressiva.
Aliás, essa abordagem cômica pode ser uma boa tática para conquistar eleitores que estão cansados de brigas e quer saber de propostas. O que a gente viu ali foi uma tentativa de humanizar a campanha, de mostrar que, apesar das desavenças, ambos têm suas histórias e podem dialogar de maneira respeitosa.
Claro, ainda teve muito conteúdo político durante o debate. Ambos aproveitaram a oportunidade para falar sobre suas visões para a cidade. Nunes, por exemplo, enfatizou a importância de manter a cidade segura e bem estruturada, enquanto Boulos focou em questões sociais, como a habitação e a saúde pública. As propostas de cada um refletem suas origens e experiências, o que torna a disputa ainda mais interessante.
Em suma, o debate foi um misto de seriedade e leveza. Embora as acusações e as diferenças fossem palpáveis, os momentos cômicos mostraram que é possível, sim, debater política com um pouco de bom humor. E quem sabe isso pode influenciar a forma como as campanhas são feitas no futuro, incentivando os candidatos a se aproximarem mais do povo e a serem mais acessíveis. Afinal, no fim das contas, todos nós queremos o melhor para a cidade, não é mesmo?