Sobe para 17 número de famílias em abrigos de Cruzeiro do Sul; rio segue em elevação

Enchente em Cruzeiro do Sul: Desafios e Respostas da Comunidade

No dia 19 de outubro, um decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) que reconhece a situação emergencial em Cruzeiro do Sul, uma cidade que enfrenta sérios problemas devido à cheia do Rio Juruá. O nível do rio atingiu 13,73 metros, 73 centímetros acima da cota de transbordo, e a tendência é de que continue subindo. Essa situação afetou aproximadamente 3 mil famílias, o que significa que cerca de 12 mil pessoas estão em situação de vulnerabilidade em pelo menos 25 bairros e comunidades da cidade.

A Resposta da Defesa Civil

Com a gravidade da situação, a Defesa Civil Municipal começou a evacuar moradores em áreas críticas desde o dia 18 de outubro. As primeiras famílias a serem retiradas foram das comunidades da Lagoa e Olivença, que foram levadas para a escola Corazita Negreiros. Essas ações são fundamentais para garantir a segurança dos moradores e evitar tragédias.

Movimentação de Famílias Indígenas

Por volta de 20 de outubro, as equipes de resgate retiraram uma comunidade indígena composta por 11 famílias da cidade do Jordão, que estavam em risco no bairro Miritizal. Elas foram encaminhadas para a Escola Cívico-Militar Madre Adelgundes Becker. O prefeito Zequinha Lima se manifestou sobre as ações em curso, afirmando que já havia barcos e equipes preparadas para ajudar na retirada e no transporte das famílias afetadas.

Segundo o prefeito, a situação ainda é preocupante, pois a previsão é de mais chuvas nos próximos dias, o que pode agravar ainda mais a cheia do rio. Ele destacou que reuniões estão sendo realizadas para discutir as melhores medidas a serem tomadas para amenizar a situação das famílias afetadas.

Depoimentos de Moradores

Moradores que foram forçados a deixar suas casas compartilham histórias emocionantes sobre a perda e a dificuldade de deixar suas comunidades. Irineu Aquino, um estudante indígena, expressou sua tristeza ao relatar: “Não deu mais para ficar lá [na comunidade] por causa da alagação, a água cobriu tudo, a gente teve que sair e deixar nossas casas lá”. Outro morador, Eduardo Kaxinawá, ressaltou a periculosidade da situação, especialmente para as crianças: “Ali é muito risco para as crianças, está tudo alagado, é uma dificuldade para atravessar, e aí a gente recebeu esse apoio, aqui é mais seguro”.

Medidas de Segurança e Deslocamento

O coordenador da Defesa Civil, José Lima, esclareceu que os abrigos são destinados exclusivamente a famílias indígenas, respeitando suas culturas e tradições. No entanto, não são apenas indígenas que estão enfrentando dificuldades. Maria Beatriz, uma dona de casa do Bairro da Lagoa, também foi forçada a abandonar sua residência devido ao alagamento: “A água já está entrando dentro de casa e é arriscado, com duas crianças pequenas, podem cair dentro da água”.

Impacto na Educação e na Infraestrutura

A enchente não só afetou as residências, mas também causou a suspensão das aulas em sete escolas e creches que estão em áreas alagadas. A creche Bom Jesus, por exemplo, teve suas atividades interrompidas. Além disso, a energia elétrica foi cortada em várias regiões para garantir a segurança dos moradores e das equipes de resgate. Atualmente, 139 famílias estão sem energia elétrica, uma medida que, embora difícil, é necessária para prevenir acidentes.

Recomendações da Energisa

A concessionária Energisa alertou a população sobre a importância de desligar o disjuntor caso as águas se aproximem das residências. Essa orientação é vital para evitar riscos, e eles também recomendam que os moradores entrem em contato com a empresa caso a água alcance o medidor de consumo.

Um Chamado à Solidariedade

Neste momento de crise, é fundamental que a comunidade se una para apoiar aqueles que estão sofrendo com as consequências da enchente. A ajuda pode vir de várias formas, seja através de doações, voluntariado ou mesmo compartilhando informações úteis sobre como ajudar. Cada gesto conta e pode fazer a diferença na vida de alguém.

Se você deseja contribuir ou se informar mais sobre como ajudar as famílias afetadas, não hesite em entrar em contato com as organizações locais que estão atuando na assistência. Juntos, podemos superar este desafio e reconstruir nossas comunidades.