As equipes de resgate continuam tentando localizar e salvar a publicitária brasileira Juliana Marins, desaparecida desde o último sábado (21) no Parque Nacional Gunung Rinjani, na Indonésia. Juliana caiu de uma encosta do Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto do país, enquanto fazia uma trilha em direção ao cume. A trilha, conhecida por ser uma das mais difíceis da região, atrai aventureiros do mundo inteiro, mas também já foi palco de acidentes anteriores.
Imagens divulgadas pelo próprio parque mostram a estrutura improvisada que foi montada pra tentar chegar até ela. Profissionais aparecem instalando um sistema de cordas próximo ao topo do vulcão, e um dos membros da equipe chega a descer parte do caminho. A informação foi confirmada pelo jornal O Globo.
Juliana chegou a ser localizada no domingo (22) com a ajuda de um drone. Segundo a administração do parque, ela está presa em um penhasco de pedra, imóvel, a cerca de 500 metros de profundidade. “Foi visualmente detectada, mas ainda sem possibilidade de acesso imediato”, informou uma das notas oficiais.

Na segunda-feira (23), as operações de resgate precisaram ser interrompidas por conta do clima instável e da pouca visibilidade, causada por uma névoa densa que dificultava qualquer manobra com segurança. Mesmo assim, duas equipes chegaram a ser mobilizadas para tentar chegar até um ponto de ancoragem alternativo a 350 metros de profundidade, mas a presença de saliências rochosas impediu o progresso.
Com o terreno acidentado e o clima variando muito rápido, a operação se tornou extremamente arriscada. Segundo o comunicado do parque, os profissionais enfrentam condições “extremas” e o risco aumenta a cada hora que passa.

Após suspender temporariamente os trabalhos, as autoridades realizaram uma reunião de emergência com o governador da província de Sonda Ocidental. Durante a conversa, foi discutida a possibilidade de acelerar o resgate usando helicópteros, aproveitando a chamada “janela dourada” das primeiras 72 horas — período considerado crucial para resgates em áreas remotas.
O chefe do Escritório de Basarnas em Mataram explicou que o uso de helicópteros é uma opção real, mas depende de diversos fatores técnicos, como a capacidade da aeronave para operar em regiões montanhosas e com visibilidade limitada. “O clima pode mudar em minutos. E isso torna qualquer operação aérea um risco maior”, alertou.
Mesmo com todas essas dificuldades, a equipe de resgate reforçou seu compromisso com a missão. “A natureza impõe seus limites, mas seguimos com o máximo de esforço e respeito à vida”, dizia um dos trechos do comunicado divulgado.

Enquanto isso, a família de Juliana segue pressionando as autoridades. Em nota publicada nas redes sociais, os familiares afirmaram que ela está sem água, comida ou roupas adequadas desde sábado, e criticam a demora nas ações. “Sabemos que ela foi localizada novamente nesta segunda e que a equipe está descendo até o ponto onde ela foi vista”, afirmaram.
Juliana foi vista pela última vez por volta das 17h10 de sábado, em imagens feitas por drones de outros turistas que estavam na trilha. O Monte Rinjani, com mais de 3.700 metros de altitude, é um destino popular entre trilheiros experientes, mas apresenta riscos severos, especialmente para quem não está acompanhado de guias locais.
Agora, com o tempo correndo contra, a esperança se mantém viva, mas a situação é crítica. O mundo acompanha, na expectativa de que Juliana seja encontrada com vida e possa voltar para casa.