Bolsonaro completa dois meses preso neste sábado (4); relembre

Oito semanas de reclusão: A trajetória de Jair Bolsonaro em prisão domiciliar

No último sábado, 4 de outubro, Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, completou dois meses em prisão domiciliar, seguindo uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa decisão foi resultado do descumprimento de medidas cautelares que estavam sendo monitoradas no âmbito de uma investigação sobre a atuação de Bolsonaro e de seu filho, Eduardo Bolsonaro, que envolve questões delicadas relacionadas à soberania nacional.

A prisão domiciliar trouxe várias restrições para Bolsonaro, que ficou impedido de usar suas redes sociais e de receber visitas, exceto de seus filhos e advogados. Apenas pessoas previamente autorizadas pelo STF estavam permitidas em sua residência. No dia em que a medida foi decretada, muitos apoiadores do ex-presidente se reuniram em frente ao seu condomínio, demonstrando apoio e solidariedade.

Consequências legais e condenações

Durante esse período de restrição, Bolsonaro enfrentou um julgamento que resultou em sua condenação por um total de 27 anos e 3 meses de prisão. A Primeira Turma do STF decidiu, após duas semanas de julgamentos intensos, entre 1º e 12 de setembro, que o ex-presidente e outros réus estavam envolvidos em uma série de crimes, incluindo organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado. Essa condenação foi a resposta a um plano que havia sido elaborado em 2022, colocando em xeque a democracia brasileira.

Embora tenha optado por não comparecer presencialmente às sessões do STF, Bolsonaro não ficou totalmente recluso. Desde o decreto de sua prisão domiciliar, ele saiu de casa em várias ocasiões, incluindo visitas a hospitais.

Momentos em família e visitas autorizadas

No dia dos pais, que ocorreu em 9 de agosto, Bolsonaro teve a oportunidade de passar o dia com seus sogros, nora, neta e outros parentes que não estavam incluídos nas restrições anteriores. Essa interação familiar foi um momento importante, especialmente considerando o contexto de sua prisão. As visitas permitidas ocorreram entre 10h e 18h, seguindo rigorosamente as condições impostas pelo STF, como a proibição de celulares e gravações durante as visitas.

Desde que a prisão foi imposta, o ex-presidente recebeu mais de 30 visitas autorizadas, que incluíram figuras políticas como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Essa interação com aliados políticos, mesmo em um momento tão delicado, demonstra a continuidade de sua rede de contatos e apoio.

Problemas de saúde e visitas médicas

Outro ponto de destaque durante esses dois meses foram as idas de Bolsonaro ao hospital. Ele precisou buscar atendimento médico em três ocasiões distintas. No dia 16 de agosto, ele passou por exames relacionados a problemas de refluxo e soluços persistentes. Em 14 de setembro, ele foi submetido à remoção de lesões de pele que, posteriormente, foram diagnosticadas como cancerígenas. A situação se complicou em 16 de setembro, quando ele foi levado ao hospital devido a um episódio de soluço, vômito e pressão arterial baixa.

Novos pedidos de liberdade

Por fim, a defesa de Bolsonaro protocolou um novo pedido ao STF no dia 1º de outubro, solicitando uma revisão da prisão domiciliar. A justificativa apresentada pelos advogados é que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não incluiu Bolsonaro na denúncia feita ao STF em 22 de setembro, que envolvia coação relacionada à sua atuação nos Estados Unidos. O pedido também contempla outras restrições, como a utilização de tornozeleira eletrônica e a proibição de se comunicar com autoridades estrangeiras.

Esses dois meses em prisão domiciliar foram marcados por eventos que não apenas afetaram a vida pessoal de Bolsonaro, mas também tiveram um impacto significativo no cenário político brasileiro. O futuro do ex-presidente permanece incerto, enquanto ele continua a enfrentar as consequências legais de suas ações e o apoio fervoroso de seus seguidores.



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