Crianças ganham smartphones antes do recomendado; veja idade certa

Como Proteger Nossas Crianças do Uso Precoce de Smartphones e Redes Sociais

Kara Alaimo, uma professora de comunicação da Universidade Fairleigh Dickinson, lançou um livro intitulado “Over the Influence: Why Social Media Is Toxic for Women and Girls — And How We Can Take It Back”, que apresenta uma discussão crítica sobre o impacto das redes sociais. Publicado em 2024 pela Alcove Press, o trabalho de Alaimo acompanha uma crescente preocupação sobre o uso de tecnologia por crianças e adolescentes.

A Questão do Uso Precoce de Smartphones

Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center, divulgada em 8 de outubro, revelou que muitos pais estão entregando smartphones a seus filhos em idades muito mais jovens do que os especialistas recomendam. O estudo mostra que a maioria dos pais de crianças entre 11 e 12 anos afirma que seus filhos possuem um smartphone, mesmo quando muitos especialistas, incluindo Alaimo, sugerem esperar até os 16 anos antes de permitir o uso de redes sociais.

Por que isso acontece? Segundo a pesquisa, a principal razão dada pelos pais para dar um smartphone a seus filhos é a necessidade de manter contato com eles. Contudo, não é apenas a questão dos smartphones que preocupa os especialistas, mas o tempo excessivo que as crianças passam em frente às telas. A pesquisa também destaca que 85% dos pais informam que seus filhos assistem a conteúdos no YouTube, incluindo uma quantidade crescente de crianças menores de 2 anos.

Os Riscos da Exposição Precoce às Redes Sociais

Colleen McClain, pesquisadora sênior do Pew Research Center, expressou sua preocupação com a prevalência do uso de tecnologia entre crianças, especialmente as mais jovens. A pesquisa aponta que a exposição a redes sociais durante a puberdade pode estar ligada a uma menor satisfação com a vida em anos posteriores. Isso levanta a necessidade de reavaliar como abordamos o uso da tecnologia em casa.

Alternativas ao Smartphone

Como mãe, a comunicação com minha filha é uma prioridade. No entanto, existem maneiras de manter contato sem entregar um smartphone. Uma alternativa é optar por um dumbphone, um celular simples que permite fazer chamadas e enviar mensagens, mas não oferece acesso às redes sociais. Isso é crucial, visto que as redes sociais podem expor as crianças a conteúdos prejudiciais e a predadores.

Outra opção é adquirir um relógio que permita chamadas e mensagens, além de rastreamento de localização. Em minha casa, uso um dispositivo familiar que só é entregue à minha filha mais velha em atividades fora de casa, garantindo que ela possa nos contatar sem ter um smartphone.

Construindo uma Rede de Apoio entre Pais

Conversar com os pais dos amigos de nossos filhos é fundamental. Muitos pais se preocupam com a pressão social que seus filhos enfrentam em relação ao uso de smartphones. Assim, é importante estabelecer um consenso entre os pais para adiar a compra de smartphones até que as crianças sejam mais maduras.

Lauren Tetenbaum, psicoterapeuta e mãe, está promovendo essa conversa em sua comunidade. Ela sugere que, ao discutir o tema, os pais podem encontrar soluções criativas, como a utilização de telefones fixos para facilitar a comunicação entre as crianças.

Revisando as Regras de Uso de Tecnologia

É essencial que os pais desenvolvam regras sobre o uso de smartphones e redes sociais que sejam justas e claras. As regras devem incluir períodos de descanso sem tecnologia, tempo para lição de casa e momentos para interação presencial com amigos e familiares. Se as regras não estão sendo seguidas, é hora de reavaliar e reforçar essas diretrizes.

Estabelecer limites claros, como proibir o uso de celulares durante a lição de casa, é uma boa prática. Tetenbaum recomenda envolver as crianças na formulação dessas regras. Quando as crianças contribuem, é mais provável que se sintam responsáveis e sigam as diretrizes estabelecidas.

Os Pais Também Precisam de Regras

Os pais devem ter cuidado com seu próprio uso de redes sociais. Dar o exemplo é fundamental; evite usar o celular durante as refeições, por exemplo. Se perceber que a presença das telas está impactando a qualidade do tempo em família, busque alternativas que incentivem atividades offline, como passeios ao ar livre ou leitura.

Em resumo, embora o desafio do uso precoce de smartphones e redes sociais seja complexo, é possível manter a conexão com nossas crianças sem expô-las prematuramente a esses riscos. Com estratégias adequadas e comunicação aberta, podemos ajudar nossos filhos a navegar no mundo digital de forma segura e saudável.