Inovação e Empatia: O Óculos que Pode Transformar a Vida de Deficientes Visuais
Marcos, um estudante do Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Cândido Borges Castelo Branco, decidiu fazer algo diferente. Ele sempre teve uma curiosidade aguçada e um desejo de inovar, especialmente nas aulas de robótica. A ideia de criar um dispositivo que pudesse ajudar pessoas com deficiência visual surgiu de uma conversa com seus professores e colegas. O que começou como um simples projeto escolar, se transformou em uma iniciativa que pode impactar a vida de muitas pessoas.
A Gênese do Projeto
O jovem Marcos tinha inicialmente a intenção de desenvolver uma mão robótica. Contudo, ao perceber que muitos de seus colegas já tinham explorado essa mesma ideia, ele decidiu ir além. Ele queria algo que realmente fizesse a diferença na vida das pessoas. “Em primeira hipótese eu iria fazer uma mão robótica, mas todos já tinham feito”, relatou ele. Foi assim que o estudante começou a explorar outras possibilidades e se deparou com a necessidade de um dispositivo que pudesse auxiliar deficientes visuais.
Como Funciona o Óculos Inovador
O óculos desenvolvido por Marcos é equipado com um sensor de proximidade. Esse sensor é projetado para detectar objetos ao redor e emitir um sinal sonoro, alertando o usuário sobre possíveis obstáculos, o que pode ajudar a evitar acidentes. “Pensei em implementar sensores que possam identificar o que é sólido e o que são pessoas”, explicou o jovem inventor, que ainda está em fase de protótipo e busca melhorias contínuas para o seu projeto.
Componentes do Dispositivo
- Arduino Nano: O coração do dispositivo, funcionando como microcontrolador central e responsável pela programação.
- Bateria Recarregável: Com uma autonomia de 40 a 60 minutos, garantindo que o usuário possa utilizá-lo sem interrupções.
A professora Alderan Soares, que acompanhou de perto o desenvolvimento desse projeto durante o Trabalho de Campo Orientado (TCO), destacou a importância de criar algo que realmente traga uma solução prática para a sociedade. “A proposta do TCO é desenvolver algo prático, que traga a solução para um problema da sociedade dentro dos conhecimentos vistos durante o curso”, comentou ela.
Colaboração e Impacto
Marcos não trabalhou sozinho. Ele contou com a ajuda de seus colegas para montar o dispositivo, aproveitando o espírito colaborativo da escola. O óculos foi testado por membros da Associação de Deficientes Visuais Campo Maiorenses (ADVic), e a resposta foi extremamente positiva. “A experiência foi única. Fiquei muito emocionado por saber que gostaram”, disse Marcos, demonstrando sua empatia e preocupação com os usuários finais de seu projeto.
A Importância do Projeto para a Comunidade
Martiliano Lima, presidente da ADVic, ressaltou a relevância do protótipo. Ele acredita que, se o projeto evoluir e se tornar um produto final, isso poderá proporcionar maior autonomia para pessoas com deficiência visual. “Esse óculos traz autonomia para pessoas com deficiência visual a andar nas ruas e resolver suas atividades do dia a dia”, afirmou Martiliano. Essa declaração evidencia a missão de inclusão e acessibilidade que o projeto representa.
Planos Futuros
Após concluir o Ensino Médio, Marcos já tem planos ambiciosos. Ele deseja seguir uma carreira como engenheiro robótico, o que demonstra sua paixão por inovação e tecnologia. O futuro parece promissor para esse jovem, cuja criatividade e determinação podem abrir portas para novas soluções que beneficiem a sociedade.
É inspirador ver como a tecnologia pode ser utilizada para promover a inclusão e a autonomia. O projeto de Marcos é um exemplo claro de como a empatia e a inovação podem andar de mãos dadas, criando um impacto positivo na vida das pessoas e mostrando que a juventude está, sim, disposta a fazer a diferença.