Um grave acidente aéreo movimentou o Aeroporto Internacional de Hong Kong na madrugada deste domingo (19). Um Boeing 747-400 da companhia turca Air ACT, que estava a serviço da Emirates SkyCargo, caiu no mar logo após colidir com um veículo durante as manobras de pouso. O caso deixou uma pessoa morta e duas desaparecidas, segundo as primeiras informações divulgadas pelas autoridades locais.
O voo, identificado como EK9788, havia partido de Dubai e já estava praticamente no fim da viagem quando tudo aconteceu. Eram 3h53 da manhã, horário local, quando a aeronave — registrada com a matrícula TC-ACF — começou a se aproximar da pista. Testemunhas disseram que o cargueiro fez uma manobra brusca para a esquerda logo após o impacto e acabou caindo nas águas próximas ao aeroporto.
Até o momento, ainda não há uma explicação definitiva sobre o que provocou a colisão. As equipes de investigação já estão no local tentando entender como um avião de grande porte, como o Boeing 747, acabou se chocando com um veículo em plena área operacional de um dos aeroportos mais movimentados da Ásia.
Caos e correria na pista
De acordo com informações divulgadas pelo portal FR24, o veículo atingido também caiu no mar logo após o impacto. Equipes de resgate foram acionadas imediatamente, utilizando barcos e helicópteros para tentar localizar as vítimas. Os quatro tripulantes do cargueiro conseguiram escapar sem ferimentos graves, o que, considerando a gravidade do acidente, foi praticamente um milagre.
A vítima fatal seria um funcionário do aeroporto, que estava trabalhando próximo à pista no momento do acidente. As autoridades ainda não divulgaram sua identidade, mas relatos indicam que ele fazia parte da equipe de apoio de solo. Enquanto isso, dois outros trabalhadores continuam desaparecidos, o que mantém a operação de resgate em ritmo intenso.
O acidente também afetou outros voos. Um avião da Cathay Pacific, que chegava de San Francisco, precisou arremeter segundos antes do pouso, justamente por causa da presença dos destroços na pista. Toda a operação no terminal foi suspensa temporariamente, tanto por segurança quanto para permitir o trabalho das equipes de resgate e da perícia.
Investigações e repercussão
A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong informou, em nota, que as investigações já estão em andamento. A prioridade, segundo o comunicado, é encontrar os trabalhadores desaparecidos e entender as circunstâncias que levaram à colisão. Técnicos da aviação civil e representantes da Boeing devem participar da análise.
Especialistas consultados por veículos locais levantaram algumas hipóteses. Uma delas é a de falha de comunicação entre a torre de controle e o motorista do veículo, que poderia estar cruzando uma faixa de taxiamento no momento errado. Outra possibilidade é problema mecânico na aeronave, embora nada tenha sido confirmado oficialmente.
O acidente ocorre em um momento de grande movimentação no transporte aéreo de cargas, com o aumento de voos comerciais e logísticos após a reabertura econômica da Ásia. Hong Kong, que é um dos principais centros de logística do continente, vinha registrando um fluxo intenso de aeronaves de carga nos últimos meses.
Nas redes sociais, vídeos feitos por trabalhadores do aeroporto mostram parte do avião submerso e equipes tentando conter o vazamento de combustível. A cena impressiona: pedaços da fuselagem flutuando, sirenes, luzes piscando e um clima de tensão total.
As autoridades reforçaram que a pista principal deve permanecer interditada até a conclusão da perícia. Enquanto isso, voos estão sendo redirecionados para pistas secundárias e aeroportos vizinhos, o que tem causado atrasos e reclamações de passageiros.
A Emirates SkyCargo ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes próximas à companhia informaram que a tripulação está recebendo apoio psicológico e que a empresa colabora integralmente com as investigações.