Brasil monta força-tarefa para discutir tarifaço com EUA na semana que vem

Negociações Aceleradas entre Brasil e EUA: O Que Esperar do Tarifaço?

O governo brasileiro está em busca de acelerar as conversações sobre o tarifaço com os Estados Unidos. Recentemente, foi feito um pedido aos secretários do governo Trump para que uma nova reunião ocorra na próxima semana. Isso tudo surgiu a partir do primeiro encontro entre os representantes dos dois países, que aconteceu na última segunda-feira (27), logo após a importante reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que ocorreu em Kuala Lumpur, na Malásia.

Quem Estava Presente?

Neste encontro inicial, o Brasil foi representado por diversas figuras-chave. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participou ao lado do secretário-geral do Ministério da Indústria e Comércio, Márcio Rosa, além do embaixador Audo Faleiro, que é assessor especial do presidente Lula. Do lado americano, a delegação contou com a presença do secretário do Tesouro, Scott Bessent, e do representante de Comércio, Jamieson Greer.

Um ponto importante a ser destacado é que a CNN informou que, durante essa reunião, não houve discussões sobre setores específicos nem qualquer sinal de que as tarifas seriam reduzidas de imediato. Por conta disso, o governo brasileiro enfatizou a necessidade de uma nova rodada de negociações o mais rápido possível, para que não se perca o momento que foi gerado após a reunião entre Lula e Trump.

Pedido Brasileiro: Suspensão Temporária do Tarifaço

Um dos principais pedidos do Brasil é que os Estados Unidos suspendam temporariamente o tarifaço enquanto as conversas estiverem em andamento. Essa proposta, segundo fontes que foram ouvidas pela CNN, visa dar previsibilidade às exportações brasileiras e também sinalizar boa-fé nas negociações. É interessante notar que essa solicitação já tinha sido feita diretamente por Lula ao presidente Trump e foi reafirmada pelos representantes brasileiros durante a reunião.

A ideia é seguir um precedente que já foi adotado pelos EUA em outras negociações com países como a China, onde tarifas adicionais foram suspensas durante o processo de diálogo comercial. Isso mostra um esforço do Brasil para criar um ambiente mais favorável às conversas e minimizar impactos negativos nas exportações.

Próximos Passos nas Negociações

A reunião em Kuala Lumpur, na Malásia, foi breve e serviu principalmente para alinhar os próximos passos. De acordo com fontes do governo brasileiro, os dois lados concordaram em agendar um novo encontro, provavelmente na próxima semana em Washington — que parece ser a primeira oportunidade disponível na agenda americana.

Trump, por sua vez, já deixou a Malásia e continua sua viagem pela Ásia, que inclui visitas ao Japão e à Coreia do Sul. Ele e seus principais assessores, incluindo o secretário do Tesouro e o representante comercial, devem voltar aos Estados Unidos somente no final da semana. O Brasil está pronto para enviar imediatamente seus negociadores a Washington, e há uma expectativa real de que as conversas avancem rapidamente, pois o “diagnóstico” da situação é algo que já é conhecido por ambas as partes desde antes do aumento tarifário.

Demandas e Expectativas

O governo brasileiro já apresentou suas demandas, mas o lado americano ainda não revelou o que espera em troca. Há várias especulações sobre temas sensíveis que podem ser discutidos, como as tarifas sobre o etanol norte-americano, regulação das big techs e o acesso dos EUA a minerais críticos e terras raras. No entanto, a CNN apurou que nenhum desses tópicos foi mencionado oficialmente na reunião desta segunda-feira, nem no encontro entre Trump e Lula.

O Palácio do Planalto aguarda que a nova reunião em Washington conte com a presença de três ministros nomeados por Lula para liderar as negociações: Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio; e Mauro Vieira, chanceler. Existem boas expectativas de que os americanos estejam abertos a aceitar a proposta de uma nova reunião na próxima semana.

Considerações Finais

Enquanto isso, o cenário ainda é incerto, mas as movimentações políticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos são um indicativo de que ambos os lados estão buscando formas de dialogar e encontrar soluções que possam beneficiar suas economias. As próximas semanas podem ser decisivas para definir os rumos desse relacionamento comercial, e a suspensão temporária do tarifaço pode ser um passo importante para garantir um ambiente mais favorável às exportações brasileiras.