Francisco Gomes Fernandes, de apenas 25 anos, era daqueles rapazes que todo mundo na vila conhecia. Natural de Ferreira de Aves, morava em Vila Boa, no concelho de Sátão, onde construiu a sua vida junto da família. Gente simples, trabalhadora, muito respeitada na comunidade. O pai, em especial, é figura bastante conhecida por lá — e agora vive um dos momentos mais difíceis que alguém pode imaginar.
Os amigos descrevem o Francisco como um rapaz dedicado, trabalhador incansável, sempre de bom humor. Passava a maior parte dos dias ao lado do pai, ajudando nas propriedades rurais da família. Quem o conhecia diz que ele tinha um jeito calmo, sempre disposto a ajudar, fosse numa tarefa do campo ou numa conversa de fim de tarde. Era presença garantida nas atividades da freguesia, nas festas locais e até nas partidas de futebol que animavam o povoado. Por isso, a notícia da sua morte deixou todos em choque.
O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira, 27 de outubro. Francisco e o pai estavam a trabalhar na construção de um poço, uma obra que vinham fazendo juntos há alguns dias. Sem qualquer aviso, uma das paredes cedeu de repente, colapsando sobre o jovem. O pai, que estava ao lado dele, escapou por pouco, mas o filho acabou soterrado e não resistiu. A tragédia foi imediata.
A notícia espalhou-se rapidamente pelas redes sociais e pelas ruas de Vila Boa. Em poucas horas, multiplicaram-se as mensagens de tristeza e apoio à família. “Era um rapaz exemplar, sempre pronto para o trabalho”, escreveu um vizinho. Outros lembraram a alegria com que Francisco participava das festas locais e o carinho que tinha pelos animais e pela terra. A sensação de perda é profunda — não só para a família, mas para toda a comunidade, que ainda tenta entender o que aconteceu.
A despedida de Francisco está marcada para esta quarta-feira, dia 29, às 16h, na Capela de São Matias. Espera-se que muita gente compareça — amigos, vizinhos, conhecidos de infância. Desde o anúncio da tragédia, as redes têm sido tomadas por mensagens emocionadas. “Partiu cedo demais”, escreveu uma amiga de escola. “O Francisco era daqueles que fazia a diferença, mesmo em silêncio.”
Nos cafés e nas praças da região, o assunto não é outro. Há quem lembre que a vida no campo, embora bonita, também é cheia de riscos, especialmente quando se trabalha em obras manuais, como poços e cisternas. E há um sentimento coletivo de que algo precisa mudar — mais segurança, mais apoio, mais cuidado com quem vive do trabalho rural.
Enquanto isso, a família tenta encontrar força para lidar com o luto. O pai, muito abalado, tem recebido o apoio de vizinhos e amigos próximos. Pessoas levam flores, comida, e principalmente palavras de conforto. “A dor é grande, mas a solidariedade também”, comentou um parente.
A morte de Francisco Gomes Fernandes deixa uma marca profunda em Vila Boa. Ele era símbolo de uma geração que, mesmo jovem, escolhe ficar no interior, ajudar a família e preservar as tradições locais. O vazio que fica é grande — e o silêncio, pesado. Mas entre lágrimas e lembranças, todos parecem concordar numa coisa: o Francisco partiu, sim, mas o exemplo de bondade e trabalho que deixou vai continuar vivo por muito tempo.
