Flávio Bolsonaro não fica calado e fala o que pensa sobre operação no RJ

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes sociais nesta terça-feira (29) pra divulgar um vídeo em que elogia o trabalho da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio de Janeiro durante a chamada Operação Contenção. Segundo ele, a ação — que movimentou boa parte das forças de segurança do estado — resultou na morte de pelo menos 100 criminosos.

Com tom firme e postura de apoio total aos agentes, Flávio afirmou que o foco do Estado precisa ser o enfrentamento direto das facções que dominam comunidades. “O arsenal de guerra apreendido nessa operação comprova que não há outro caminho pra combater o crime organizado a não ser com o máximo de força e inteligência”, destacou o senador.

Ele aproveitou o vídeo pra parabenizar o governador Cláudio Castro (PL), ressaltando a coragem do político e o empenho dos policiais envolvidos. “Temos que agradecer aos nossos policiais por começarem a libertar essas comunidades dominadas por fascínoras. E também parabenizar o governador Cláudio Castro pela coragem de enfrentar essas facções criminosas”, disse, em tom de apoio ao governo fluminense.

Flávio, que costuma usar as redes sociais pra comentar temas ligados à segurança pública, voltou a criticar o governo federal e o presidente Lula, acusando-o de omissão diante da violência no Rio. “A omissão diz muito sobre que lado ele está. Não adianta fazer notinha dizendo que foi mal interpretado, porque suas ações confirmam que ele não tá nem aí pras verdadeiras vítimas — especialmente aquelas pessoas mais pobres, que vivem nas comunidades e são obrigadas a seguir ordens de traficantes e milicianos”, afirmou o senador, visivelmente indignado.

O parlamentar também mencionou o clima de medo enfrentado por moradores dessas regiões, citando que muitos vivem sob constante ameaça e são vítimas de extorsões e abusos. “Essas pessoas são extorquidas por eles, vivem com medo todos os dias. O Estado precisa estar presente ali, não o crime”, completou.

A Operação Contenção, coordenada pelas polícias Civil e Militar, ganhou repercussão nacional não apenas pelos números — ainda não oficialmente confirmados —, mas também pelo debate político que levantou. Enquanto aliados do governador e de setores da direita defendem a ação como necessária pra devolver a paz às comunidades, movimentos de direitos humanos e figuras da oposição cobram transparência e questionam o uso da força letal.

A operação, que aconteceu em áreas dominadas por facções rivais, contou com helicópteros, veículos blindados e um grande aparato policial. Imagens compartilhadas nas redes mostram confrontos intensos e apreensões de armas pesadas, algumas de uso restrito das Forças Armadas.

Nos bastidores de Brasília, a fala de Flávio Bolsonaro também foi vista como uma resposta indireta ao silêncio do Planalto, que, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre os desdobramentos da ação. Assessores próximos ao senador afirmam que ele deve manter o tom de cobrança nas próximas semanas, principalmente se novas operações forem deflagradas.

Enquanto isso, o assunto segue dominando os debates nas redes sociais e nos programas de TV. Em meio à polarização política e à crescente tensão no Rio, Flávio Bolsonaro tenta reforçar sua imagem de defensor da segurança pública — um tema que, como ele mesmo costuma dizer, “é prioridade número um pra quem quer devolver a tranquilidade às famílias de bem”.

Entre elogios, críticas e questionamentos, a Operação Contenção se tornou mais um capítulo da longa e complicada história da violência no estado. E, como de costume, as opiniões continuam divididas — uns veem coragem, outros, descuido. Mas o fato é que o Rio, mais uma vez, virou palco de uma guerra que parece não ter fim.