William Bonner surge ao vivo na Globo e anuncia tragédia que fez brasileiros chorar: ‘ Aconteceu’

Na noite da última quarta-feira, 29 de outubro, o jornalista William Bonner interrompeu às pressas a programação da TV Globo para trazer uma notícia que deixou o país inteiro em choque. O clima no Jornal Nacional era tenso, diferente do habitual. Bonner, visivelmente sério, chegou a dispensar o tradicional “boa noite”, o que por si só já indicava a gravidade do que vinha pela frente.

Logo no início, Renata Vasconcellos abriu o telejornal com uma frase que ressoou em todo o Brasil: “Rio de Janeiro, 29 de outubro”. Em seguida, Bonner completou com o tom grave que o público já reconhece: “No dia seguinte à operação policial contra o Comando Vermelho, dezenas de corpos encontrados na mata são levados para a Praça da Penha.”

A cena descrita parecia tirada de um filme de guerra. Mas era real, e aconteceu no coração do Rio. Segundo Renata, o número de mortos saltou para 121, tornando essa uma das ações policiais mais letais da história do estado. “A polícia afirma que atraiu os traficantes para a rota de fuga na mata para proteger inocentes nas ruas da comunidade”, explicou Bonner.

O Jornal Nacional mostrou imagens fortes, que circularam durante todo o dia nas redes sociais. Corpos sendo transportados, familiares desesperados tentando identificar vítimas, e um clima de tensão que tomou conta de comunidades inteiras. De acordo com a reportagem, a polícia apreendeu 118 armas, mas o chefe do Comando Vermelho teria conseguido escapar.

Um detalhe que chamou a atenção foi a ausência da Polícia Federal na operação. Muitos analistas de segurança comentaram nas redes e programas de rádio que essa ausência levanta dúvidas sobre a coordenação entre os diferentes órgãos de segurança. O governo estadual, por outro lado, divulgou imagens mostrando pessoas retirando uniformes de combate de cadáveres — uma tentativa, segundo as autoridades, de provar que muitos dos mortos estavam, de fato, envolvidos com o tráfico.

Nas redes sociais, o assunto tomou conta do X (antigo Twitter). Hashtags como #OperaçãoNoRio e #132Mortos subiram rapidamente aos tópicos mais comentados. Figuras públicas também se manifestaram — de artistas a políticos — cada um tentando dar sua interpretação sobre o que realmente aconteceu. Enquanto uns defendem a ação policial como necessária diante do poder das facções, outros classificam o episódio como uma chacina sem precedentes.

Nos bastidores do jornalismo, comentava-se que Bonner teria recebido as informações minutos antes de entrar no ar, o que explicaria o tom apressado e até um pouco emocionado na abertura. A Globo, que costuma seguir um padrão rígido de formalidade, abriu espaço para um improviso que raramente se vê no Jornal Nacional.

O clima, ao longo da edição, foi de consternação. Renata manteve a postura séria, mas em alguns momentos era possível perceber o olhar pesaroso, típico de quem entende o tamanho da tragédia que estava narrando. O programa foi quase inteiramente dedicado à operação — um raro caso em que o telejornal praticamente abandona outras pautas.

O episódio reacendeu discussões antigas sobre segurança pública no Rio, uma ferida que nunca cicatriza. A cidade vive num ciclo de violência que parece sem fim, e essa operação apenas mostrou mais uma vez o quanto a situação é complexa. De um lado, a população pede paz; de outro, o Estado responde com força.

No fim da edição, Bonner voltou ao ar para encerrar o noticiário sem a costumeira leveza. Não houve sorrisos, nem despedidas calorosas — apenas a seriedade de quem sabe que o país inteiro estava tentando entender o que se passou. Uma noite sombria para o jornalismo e para o Brasil.