Armas de guerra: veja rota usada pelo CV para trazer fuzis ao Brasil

Armas no Rio: O Impacto da Megaoperação e as Conexões do Crime Organizado

Na última terça-feira, dia 28, uma grande operação da polícia carioca nos complexos da Penha e do Alemão resultou na apreensão de 91 fuzis. Esses armamentos, de calibres 5.56 e 7.62, são fabricados em sua maioria na Europa e possuem marcas que podem conectar o crime organizado local a facções de outros países da América do Sul, como Venezuela, Argentina e Peru.

Esses detalhes, que foram encontrados gravados nos fuzis, ajudam a entender melhor o poderio bélico das organizações criminosas e suas conexões com grupos armados de outros estados brasileiros. A Polícia Civil do Rio apontou que alguns fuzis tinham inscrições e símbolos que remetem a facções de outros estados, assim como referências a crimes específicos, como o artigo 157 do Código Penal, que trata do roubo.

A Fabricação e as Rotas das Armas

Em uma entrevista à CNN Brasil, o capitão Paulo Storani, que tem vasta experiência no Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), destacou que facções como o Comando Vermelho (CV) e o PCC (Primeiro Comando da Capital) atuam de forma transnacional, o que complica ainda mais a situação da segurança pública no Brasil. Durante essa megaoperação, que resultou na morte de 121 pessoas na capital fluminense, os fuzis apreendidos foram identificados como sendo, em sua maioria, de calibres utilizados por forças armadas.

Entretanto, a polícia ainda não possui informações concretas sobre os fornecedores e as rotas utilizadas para trazer esses armamentos ao Brasil. É importante ressaltar que parte do material apreendido estava em bom estado e pode ser incorporado ao arsenal das forças de segurança. Um estudo da Polícia Militar do Rio de Janeiro revelou que 60% dos fuzis apreendidos em 2025 foram fabricados nos Estados Unidos, o que levanta a questão sobre como esses armamentos chegam até aqui.

Como as Armas São Transportadas?

A polícia acredita que muitos desses armamentos acabam entrando no Brasil através de rotas que passam pelo Paraguai. Insinua-se que os traficantes costumam transportar apenas partes das armas, completando os componentes com peças compradas legalmente pela internet. O capitão Storani explica que essa logística é realizada por “mulas”, que são pessoas encarregadas de efetuar o transporte das armas. Muitas vezes, essas armas são misturadas com outros produtos e escondidas em caminhões, contêineres ou carros de passeio, sendo posteriormente montadas em fábricas clandestinas.

Estudos apontam que, em 2025, a maioria dos fuzis apreendidos pela polícia foi montada em fábricas clandestinas ligadas ao crime organizado. O capitão da PM ainda afirma que a corrupção nas autoridades alfandegárias e entre agentes de segurança é um dos fatores que facilitam o tráfico de armas. Ele explica que muitos fiscais de alfândega são corrompidos para não realizar a devida fiscalização das cargas, o que torna a entrada dessas armas ainda mais fácil.

Fatos Alarmantes Sobre o Tráfico de Armas

  • 95% dos fuzis apreendidos no ano passado foram fabricados fora do Brasil.
  • Essas armas entram no país por fronteiras com países vizinhos como Paraguai, Bolívia e Colômbia.
  • Armas de alto calibre apreendidas também vêm de países como Israel, Alemanha, Áustria e República Tcheca.

Além disso, muitos fuzis chegam ao Brasil em peças avulsas, compradas nos EUA por cerca de R$ 6 mil. Após serem montados por armeiros no Brasil, esses armamentos são vendidos para facções criminosas por valores que podem alcançar até R$ 70 mil, dependendo do tipo de arma. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, entre janeiro e setembro deste ano, foram apreendidos 593 fuzis no estado do Rio de Janeiro, o que representa o maior número desde o início da série histórica, em 2007.

Esse quadro alarmante revela que, em média, dois a cada cinco fuzis apreendidos no Brasil são encontrados no Rio de Janeiro, o que levanta questões sobre a eficácia das políticas de segurança e a necessidade de um combate mais eficiente ao tráfico de armas. O que mais se pode fazer para enfrentar essa situação? Como a sociedade pode contribuir para a mudança desse cenário? Essas são perguntas que necessitam de atenção e reflexão.

Se você se interessou por este assunto, não hesite em compartilhar suas opiniões e reflexões nos comentários abaixo. É fundamental que todos nós estejamos engajados na discussão sobre a segurança pública e o tráfico de armas no Brasil.