Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a movimentar os bastidores da política brasileira ao dar sinais de quem pode ser o nome escolhido por ele para disputar a Presidência da República em 2026. A dúvida que paira no ar é: afinal, quem Bolsonaro vai apoiar?
Segundo informações divulgadas pelo portal Metrópoles, o ex-chefe do Executivo já teria mencionado em conversas reservadas a possibilidade de lançar Flávio Bolsonaro, seu filho mais velho e atual senador pelo Rio de Janeiro, como candidato ao Palácio do Planalto. No entanto, outro nome forte dentro do grupo bolsonarista também vem sendo cogitado: Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e um dos aliados mais leais de Bolsonaro desde a época em que comandava o Ministério da Infraestrutura.
Caso a ideia se concretize, tanto Flávio quanto Tarcísio terão de deixar os cargos que ocupam atualmente. Flávio, por exemplo, está em plena movimentação para tentar a reeleição ao Senado, enquanto Tarcísio ainda avalia disputar mais quatro anos à frente do governo paulista — uma decisão que, aliás, pode mudar completamente o cenário político do estado, já que São Paulo é considerado um dos maiores colégios eleitorais do país.
Na última sexta-feira (7/11), os dois se encontraram em um evento público — a posse de Wagner Rosário como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. O clima entre eles foi amistoso, com direito a sorrisos, apertos de mão e conversas reservadas ao pé do ouvido. Fontes próximas afirmam que a reunião serviu para alinhar estratégias políticas e discutir o futuro do bolsonarismo diante das incertezas jurídicas do ex-presidente.
E por falar em incertezas, a situação de Jair Bolsonaro segue cada vez mais delicada. No mesmo dia do encontro, a Primeira Turma do STF rejeitou os últimos recursos da defesa no chamado inquérito do golpe, que apura tentativas de interferência e articulação contra o resultado das eleições de 2022. Com isso, ficou mantida a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão, o que reforça a expectativa de que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determine em breve o início do cumprimento da pena — ainda que, por enquanto, Bolsonaro esteja em prisão domiciliar.
Nos bastidores, a notícia caiu como uma bomba. Assessores e aliados próximos tentam manter o discurso de que o ex-presidente é “vítima de perseguição”, enquanto outros já admitem que o foco agora deve ser em preservar o legado político do grupo. A escolha de um sucessor, portanto, torna-se urgente — e é aí que entram os nomes de Flávio e Tarcísio.
Flávio Bolsonaro representa a continuidade direta da família e mantém forte influência entre os apoiadores mais fiéis ao pai. Já Tarcísio de Freitas é visto como uma figura mais técnica, capaz de atrair o eleitorado de centro e, ao mesmo tempo, manter o apoio do bolsonarismo raiz.
A dúvida é se Bolsonaro estará disposto a abrir mão do protagonismo e permitir que um de seus aliados conduza o movimento. Internamente, o clima é de expectativa — e até de disputa velada — entre os dois possíveis herdeiros políticos.
O certo é que 2026 ainda parece longe, mas as articulações já começaram. E se depender de Bolsonaro, o nome escolhido deverá carregar não apenas a bandeira do conservadorismo, mas também o peso simbólico de um projeto político que, mesmo enfraquecido, ainda movimenta multidões pelo país.
Enquanto isso, o ex-presidente segue recluso, acompanhado de perto por aliados, advogados e familiares. Nos bastidores de Brasília e São Paulo, todos sabem: qualquer passo dado por Bolsonaro pode redefinir o rumo da próxima eleição presidencial.