Na COP30, Alemanha defende aportes do país para financiamento climático

COP30: Abertura da Cúpula Climática e o Papel da Alemanha e do Brasil

Na última segunda-feira, dia 10, teve início a tão esperada COP30 em Belém, um evento que promete ser um marco na luta contra as mudanças climáticas. A Alemanha, um dos países que mais se destacou na cúpula, apresentou suas contribuições financeiras para a política climática global. O secretário de Estado alemão, Jochen Flasbarth, enfatizou a importância do financiamento para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa do Brasil que visa preservar nossas florestas tropicais, consideradas essenciais para a regulação do clima global.

Compromissos Financeiros e a Participação da Alemanha

Durante sua apresentação, Flasbarth destacou que a Alemanha tem desempenhado um papel crucial nos últimos 18 meses. Ele mencionou que o governo alemão não apenas se comprometeu a apoiar financeiramente a preparação da COP, mas também a contribuir significativamente para o TFFF, que é um mecanismo inovador para garantir recursos em prol da preservação ambiental. Ele disse, “A Alemanha desempenhou um papel fundamental ao longo do último ano e meio. Contribuímos financeiramente para a preparação desta COP e no que diz respeito ao TFFF.”

Esse tipo de apoio é vital, pois as florestas tropicais são grandes absorvedores de carbono, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No entanto, Flasbarth também lamentou a ausência dos Estados Unidos na cúpula, um dos maiores poluidores do planeta. “Todos aqui e no mundo desejam que os EUA voltem o mais rápido possível. Precisamos deles,” disse ele, ressaltando que a participação dos EUA é essencial para um progresso significativo.

Discurso de Abertura do Presidente Brasileiro Lula

Na mesma cerimônia de abertura, o presidente brasileiro, Lula, fez um discurso contundente, afirmando que a COP30 é um momento crucial para desmantelar a narrativa dos negacionistas climáticos. Ele disse: “Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo.” Lula criticou aqueles que atacam instituições e a ciência, pedindo uma nova derrota para os negacionistas.

Ele também fez uma observação interessante sobre a economia, afirmando que é mais barato investir em soluções climáticas do que em guerras. “Se os homens que fazem guerra estivessem aqui nesta COP, eles iriam perceber que é muito mais barato colocar US$1,3 trilhão para a gente acabar com o problema climático do que colocar US$ 2,7 trilhões para fazer guerra como fizeram no ano passado,” argumentou o presidente.

Apelos para Ação Global

Lula destacou que, embora a comunidade internacional esteja se movendo na direção correta para combater a emergência climática, a velocidade dessa ação ainda é preocupante. Ele afirmou que “sem o Acordo de Paris, o mundo estaria fadado a um aquecimento catastrófico de quase 5°C até o fim do século.” Ele fez um apelo para que todos os países cumpram seus compromissos, pois a situação é crítica.

“Estamos andando na direção certa, mas na velocidade errada. No ritmo atual, ainda avançamos rumo a um aumento superior a 1,5°C na temperatura global. Romper essa barreira é um risco que não podemos correr,” enfatizou Lula, que também propôs a criação de um Conselho do Clima vinculado à Assembleia Geral das Nações Unidas para dar ao desafio climático a estatura política que merece.

Com a abertura da COP30, as expectativas são altas. O que se espera agora é que os países ajam em conjunto, e que o compromisso assumido por nações como a Alemanha e o Brasil se traduza em ações concretas e eficazes. O futuro do planeta depende disso.



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