Polícia investiga pastor e grupo por extorsões na Baixada Fluminense (RJ)

Operação Refinaria Livre: A luta contra a extorsão na Baixada Fluminense

Nesta quinta-feira, 27 de julho, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, mais conhecida como PCERJ, deu início à Operação “Refinaria Livre”. Esta ação tem como principal objetivo desarticular uma organização criminosa que estaria extorquindo empresas situadas nas proximidades da Refinaria Duque de Caxias, a famosa Reduc. A operação já resultou na prisão de três indivíduos e está sendo conduzida por equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital e da Baixada Fluminense, além da 60ª DP, localizada nos Campos Elíseos.

O panorama da extorsão na região

De acordo com as investigações realizadas até o momento, várias empresas do setor industrial têm sido alvo de pressões para realizar pagamentos regulares. Essas ameaças são acompanhadas de promessas de violência e interrupção das atividades, o que gera um clima de medo e incerteza entre os empreendedores locais. O grupo criminoso, segundo as apurações, seria liderado por Joab da Conceição Silva, que é considerado o chefe do tráfico na região e tem ligações com o Comando Vermelho, uma das facções mais temidas do estado. Além dele, um pastor que se apresentava como líder comunitário também foi identificado como parte do esquema.

A tática de intimidação

Os agentes da polícia relataram que esse pastor visitava as empresas passando-se por um representante local, e fazia exigências que, supostamente, eram atribuídas ao grupo criminoso. Entre as exigências, estavam restrições à circulação de caminhões e interferências nas contratações de funcionários. Essa estratégia de se infiltrar na comunidade local para exercer controle é uma tática que, infelizmente, tem se tornado comum entre grupos criminosos que buscam expandir seu domínio sobre atividades econômicas legítimas.

Ações da polícia e impactos nas empresas

Documentos oficiais e relatos coletados pelas autoridades indicam que algumas empresas chegaram a suspender suas operações temporariamente devido às ameaças recebidas. Além disso, ficou evidenciado que sindicatos e associações estavam sendo utilizados como ferramentas para pressionar os empregadores e influenciar processos internos, criando um ambiente de insegurança e medo.

Um dos casos que chamou a atenção da polícia foi a contratação de uma mulher, que seria companheira de Joab, em uma empresa da região. A polícia alega que essa contratação foi feita sob imposição, o que levanta questões sobre a relação entre crime organizado e o mercado de trabalho local. A investigação também ligou Joab a um ataque que ocorreu contra a 60ª DP em fevereiro deste ano, o que indica a gravidade da situação.

Desdobramentos da operação

O pastor mencionado na investigação já havia sido preso anteriormente, em Betim, Minas Gerais, durante outra operação policial. Naquela ocasião, foram encontrados em seu poder uma pistola, granadas artesanais, munições e uma quantia em dinheiro. Ele afirmou que os materiais eram destinados a ações de intimidação na Refinaria Gabriel Passos, também em Minas Gerais. O contexto sugere uma rede de intimidação que se estende além do estado do Rio de Janeiro.

Prazos e expectativas futuras

A Justiça já expediu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão para aprofundar a coleta de provas e evitar a destruição de documentos, além de impedir a intimidação de testemunhas. A PCERJ destacou que a apreensão de explosivos e os depoimentos coletados reforçam a linha de investigação que aborda o uso de coerção para interferir em atividades econômicas. As investigações continuam e estão focadas na identificação de outros indivíduos envolvidos nesse esquema criminoso.

É essencial que a população e as empresas locais estejam atentas e denunciem qualquer ato de extorsão ou intimidação. A colaboração da comunidade é fundamental para desmantelar essas organizações que ameaçam a segurança e a integridade das atividades econômicas na região.



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