Nos últimos dias, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a movimentar bastante as redes sociais. Na manhã desta quarta-feira (3), ela resolveu responder diretamente uma matéria assinada pela colunista Mônica Bergamo, que insinuava que Michelle estaria envolvida num tal “projeto de poder” pessoal. A resposta da ex-primeira-dama veio de forma rápida e, digamos, até emocionada.
Num Story publicado no Instagram, Michelle escreveu que seu único objetivo sempre foi “cuidar das pessoas”. Segundo ela, toda a conversa de ambição política não passa de especulação. Para reforçar o ponto, a ex-primeira-dama listou várias ações e programas sociais que tocou ou ajudou a fortalecer durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre eles, o Pátria Voluntária, o Mães do Brasil e iniciativas voltadas à comunidade surda e mães de crianças com doenças raras — áreas nas quais ela sempre buscou visibilidade maior, até porque muita gente reclamava que esses temas eram ignorados na política tradicional.
Curiosamente, a publicação de Michelle veio um dia depois de uma reunião pesadíssima na cúpula do Partido Liberal (PL) em Brasília. A data, 2 de dezembro, marcou uma tentativa do partido de apagar um incêndio que começou dentro do próprio clã Bolsonaro. O problema? A discussão sobre o apoio — ou não — à candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará. O assunto, que já estava delicado, ganhou tom familiar quando Michelle e alguns aliados discordaram da movimentação do deputado André Fernandes, que vinha articulando localmente esse apoio.
A reunião contou com nomes de peso: Michelle, o senador Flávio Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, além de Rogério Marinho e André Fernandes. E, como já virou praxe, a foto oficial do encontro trazia até uma versão de papelão do ex-presidente Jair Bolsonaro — que, mesmo ausente fisicamente, aparece sempre de algum jeito.
Michelle publicou a foto com um sorriso aberto e uma legenda conciliadora: “Com oração, conversa sincera e união, o Brasil tem solução.” A frase foi postada praticamente no mesmo momento em que o PL Mulher divulgava uma nota oficial suspendendo o apoio partidário à candidatura de Ciro Gomes. Ou seja, o clima de reconciliação teve reflexo imediato.
Logo depois, Flávio Bolsonaro reforçou o tom de pacificação. Ele comentou que tudo não passava de um “ruído de comunicação” e que os últimos dias foram marcados por falas atravessadas. Segundo o senador, a conversa serviu para alinhar os objetivos e reafirmar que o foco principal é “resgatar o Brasil das mãos do PT”. Flávio ainda fez questão de elogiar Michelle, dizendo que ela fala “com o coração” e que sua sinceridade às vezes é interpretada de forma exagerada.

Já André Fernandes, que era o principal responsável pela aproximação com Ciro no Ceará, acabou reconhecendo que o movimento vai ser repensado. Segundo ele, a decisão agora é dar uma pausa estratégica e avaliar o que pode ser melhor para o estado. Ele agradeceu ao partido pela confiança e afirmou que continuará à frente das articulações, mas agora de um jeito mais alinhado.
No fim das contas, a sequência de episódios mostrou, de novo, como a política brasileira tem funcionado nos últimos anos — muito mais pelas fotos, pelas redes, pelos bastidores, do que pelos anúncios formais. Michelle Bolsonaro, que muitos já tratam como uma figura de peso dentro do PL, parece cada vez mais confortável nesse papel. E, mesmo dizendo que seu objetivo é apenas “cuidar das pessoas”, ela continua no centro das discussões, influenciando decisões e movimentando conversas que vão muito além do Instagram.
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