Pai de Marcos Matsunaga rompe silêncio e dispara contra Elize

O caso Marcos Kitano Matsunaga — que chocou o país em 2012 quando o empresário da Yoki foi assassinado e esquartejado pela própria esposa, Elize Matsunaga — ainda ecoa mais de uma década depois. Mesmo com tantas reportagens, séries e documentários, o assunto continua despertando curiosidade e trazendo versões e relatos que, volta e meia, voltam à tona. Elize está atualmente solta, cumprindo liberdade condicional desde maio de 2022, após passar dez anos presa. E, enquanto ela tenta retomar uma vida fora dos holofotes, a família do empresário segue lidando com as marcas deixadas pela tragédia.

Nos últimos dias, uma fala do pai de Marcos voltou a circular e reacendeu o debate. A revelação surgiu através do jornalista Ulisses Campbell, autor dos livros que inspiraram a série Tremembé, da Amazon — produção que ganhou destaque recentemente entre os mais assistidos no streaming. Ulisses contou no podcast “Vênus” como foi entrevistar o pai do empresário e quais declarações o surpreenderam.

Segundo o jornalista, o pai de Marcos não mediu palavras ao falar sobre o filho e sobre Elize. “A primeira coisa que ele fala pra mim é que toda a desgraça da família, que é protagonizada pela Elize, foi levada pro seio familiar pelo Marcos”, relatou Ulisses. A frase, dura e direta, mostra o tamanho do ressentimento que ainda existe.

Durante a conversa, o pai comparou Marcos ao outro filho, Mauro. Ele disse que os dois tinham personalidades completamente diferentes — quase como se tivessem sido criados em mundos distintos. Marcos, conforme o relato, levava uma vida dupla que só foi revelada aos pais depois do crime. Eles não sabiam absolutamente nada sobre a verdadeira origem de Elize. Acreditavam que ela era enfermeira. Jamais imaginavam que ela havia trabalhado como garota de programa, algo que descobriram apenas quando as investigações vieram à tona.

A revelação mexeu com a família. Segundo Ulisses, quando souberam do passado de Elize, os pais de Marcos chegaram a mandar fazer um exame de DNA para confirmar se a menina era realmente filha dele. “Enquanto não saiu o resultado, eles não pegavam nem no colo”, contou o jornalista. O pai, revoltado, ainda soltou a frase: “Agora ainda tem essa vagabunda andando com meu sobrenome”. Um choque, mas que mostra a dimensão da dor e da revolta acumulada.

Em contraste, Mauro — o irmão — teria levado uma vida completamente diferente, quase previsível, no melhor sentido da palavra. Casou-se com a primeira namorada e sempre manteve um estilo de vida mais pacato, sem grandes polêmicas ou aventuras. Já Marcos, segundo Campbell, tinha fama de colecionar mulheres, participar de farras e se envolver em bebedeiras. Essa diferença entre os irmãos parece, na visão do pai, simbolizar o caminho que levou a família ao abismo.

Mas uma pergunta volta constantemente quando o assunto é o caso: onde está a filha de Marcos e Elize? Hoje com cerca de 15 anos, a adolescente vive com os avós paternos e não mantém contato direto com a mãe. Uma decisão tomada ainda quando Elize estava presa.

De acordo com o jornalista, a menina descobriu a verdade sobre sua origem de maneira brusca, quando tinha apenas nove anos. Uma colega, durante uma festa na escola, perguntou quem eram os pais dela. A criança respondeu citando os avós — provavelmente por hábito ou proteção. E foi confrontada. “Não, seu pai é o Marcos Matsunaga e sua mãe é a Elize Matsunaga, que é uma prostituta que matou e esquartejou seu pai”, teria dito a colega.

Um relato forte, duro, quase cruel, especialmente vindo de outra criança. Mas que mostra como, mesmo depois de tanto tempo, o caso continua reverberando — e atingindo diretamente quem menos tem culpa nessa história.



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