Nos próximos dias, o Brasil pode enfrentar um daqueles episódios climáticos que deixam todo mundo com o coração na mão. A MetSul Meteorologia divulgou uma análise apontando a formação de um ciclone intenso que deve se aproximar do país, especialmente do Rio Grande do Sul. A previsão acende um alerta porque o fenômeno tem potencial para provocar tempestades severas, ventos fortes e uma sensação geral de que “algo grande tá vindo aí”, como já virou quase rotina no estado nestes últimos anos de extremos climáticos.
Segundo os meteorologistas, o ciclone deve avançar sobre a região Sul entre terça-feira (9) e quarta-feira (10). A origem de tudo estaria numa área de baixa pressão em altitude, que neste fim de semana se desloca do Pacífico em direção à costa central do Chile — um movimento atmosférico que, pra quem acompanha os mapas do tempo, indica que as coisas podem complicar. Aquele tipo de situação que os especialistas chamam de “gatilho” para algo mais intenso.
A MetSul detalha que a interação entre sistemas de baixa pressão deve começar a organizar o ciclone entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai já na terça (9). Esse encontro de áreas instáveis cria um ambiente perfeito para tempestades fortes, descargas elétricas e uma instabilidade que tende a se espalhar para outros cantos. E o ponto que chamou atenção dos técnicos foi a projeção de uma queda muito acentuada da pressão atmosférica no território gaúcho — valores raros, incomuns mesmo, e que geralmente vêm acompanhados de tempo severo.
Ao longo da semana, essa instabilidade deve se espalhar por toda a região Sul e também atingir partes do Centro-Oeste e do Sudeste. Ou seja, não é um fenômeno restrito a um único estado. Deve impactar cidades grandes e pequenas, inclusive áreas já fragilizadas pelas chuvas recentes. Só neste ano, o Rio Grande do Sul enfrentou volumes extremos de chuva em abril e maio, e a população já conhece bem o tamanho do estrago que esses eventos podem causar.
Na quarta-feira (10), o ciclone deve estar posicionado próximo à costa gaúcha, já fortalecido, soprando rajadas de vento muito intensas. Os meteorologistas falam em ventos que podem facilmente ultrapassar os 80 km/h em boa parte do estado. No litoral, onde a força do vento costuma ganhar ainda mais impulso, as rajadas podem chegar perto dos 100 km/h. É aquele cenário que derruba árvores, causa transtorno no trânsito e deixa muita gente sem luz — algo que infelizmente virou quase um clássico nas cidades litorâneas.
No início da quinta-feira (11), o centro do sistema ainda pode provocar instabilidade no Leste do Rio Grande do Sul, mas, conforme a previsão atual, o ciclone deve começar a se afastar rapidamente em direção ao oceano ao longo do dia. Mesmo assim, os especialistas reforçam que o impacto maior ocorre antes dessa saída, quando o sistema ainda está próximo da costa.
A MetSul lembra que os principais modelos internacionais de previsão estão alinhados e mostram a formação desse ciclone. Porém, como sempre acontece nesse tipo de situação, ainda pode rolar alguma mudança de prognóstico até segunda-feira (8). A atmosfera é cheia de surpresas, e qualquer alteração no ritmo ou no posicionamento das áreas de pressão pode mudar a intensidade final do fenômeno.
No que diz respeito aos riscos, as tempestades devem atingir não só o Sul, mas também parte do Sudeste e do Centro-Oeste. No Sul, em especial, algumas regiões podem registrar acumulados superiores a 50 mm em poucas horas — e até 200 mm nas áreas mais próximas ao centro do ciclone. Os ventos devem variar entre 60 km/h e 80 km/h na maior parte do estado, com picos próximos dos 100 km/h no litoral.
É um cenário que exige atenção, preparo e, acima de tudo, informação de qualidade — aquela que ajuda a população a se organizar e evitar riscos desnecessários.
