O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou aos holofotes ao comentar publicamente a escolha de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como o nome do bolsonarismo para a disputa presidencial de 2026. A indicação, feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira (5), mexeu com o termômetro político e gerou tanto expectativa quanto tensão dentro e fora da base conservadora.
Logo após o anúncio, Nikolas usou suas redes sociais — onde costuma falar sem rodeios e com aquele tom de indignação controlada — para publicar uma mensagem que acabou chamando atenção. Ele falou sobre “pacificação nacional”, um termo que, convenhamos, tem aparecido bastante nos debates recentes, principalmente depois do vai-e-volta sobre anistia e julgamento de investigados de 8 de janeiro.
“Bolsonaro escolheu Flávio para a próxima disputa. Alguns olham apenas a eleição… mas quem sente o Brasil sabe que há algo maior em jogo”, escreveu o deputado. A frase parece quase ensaiada, mas ele insistiu que se trata de algo mais profundo, quase emocional. Em seguida, subiu o tom: “Essa decisão carrega um pedido urgente de pacificação nacional. O país não aguenta mais viver dividido, famílias destruídas, inocentes atrás das grades enquanto a política vira palco de perseguição”.
É curioso notar como esse discurso dialoga com o clima atual. Nos últimos meses, o debate político tem sido marcado por disputas judiciais, discussões sobre anistia e declarações inflamadas de todos os lados. Nikolas, que raramente deixa passar a chance de defender nomes ligados ao seu grupo, reforçou a ideia de que muitos apoiadores teriam sido vítimas de perseguição. “Que essa escolha ajude a abrir o caminho para a anistia e para que brasileiros injustamente presos voltem para casa”, concluiu.
O texto do parlamentar soou quase como um apelo moral, daqueles que tentam equilibrar emoção e estratégia. E, apesar de algumas críticas sobre a forma como esse tipo de narrativa costuma inflamar bolhas políticas, é inegável que a mensagem dele encontrou grande repercussão. Nos comentários, dava pra ver desde seguidores celebrando a “união da direita” até outros que esperavam um nome diferente, talvez mais combativo.
Enquanto Nikolas se esforçava para envolver o público na ideia de uma “pacificação”, Flávio Bolsonaro reagiu com a simplicidade de quem já está acostumado ao turbilhão político. Na manhã de sábado (6), o senador agradeceu publicamente a manifestação do aliado. “Obrigado. Vamos com tudo resgatar o nosso Brasil!”, escreveu. Curto, direto e sem floreios — o estilo tradicional de Flávio nas redes.
Em Brasília, o comentário do deputado repercutiu de maneiras diferentes. Alguns analistas enxergaram o gesto como uma tentativa de organizar o discurso do grupo para 2026, especialmente após meses de indefinição. Outros viram uma estratégia para manter o próprio Nikolas em evidência, já que ele é uma das figuras mais populares entre os jovens conservadores.

O fato é que, com a confirmação de Flávio como o escolhido do ex-presidente, o cenário eleitoral ganhou novos contornos. A movimentação veio num momento em que o país ainda tenta equilibrar debates sobre economia, segurança pública e decisões controversas do Judiciário. E, para muita gente, o discurso de “pacificação” soa como um chamado para reorganizar aliados e recuperar terreno perdido nos últimos anos.
Se haverá, de fato, união dentro do próprio grupo, ainda é cedo para saber. Mas uma coisa ficou clara: a declaração de Nikolas reacendeu discussões que estavam meio adormecidas, e o agradecimento rápido de Flávio mostrou que o clima de campanha já começou — mesmo com 2026 ainda um pouco distante no calendário. Por agora, resta observar como esse novo capítulo vai influenciar os próximos passos da política nacional.