A influenciadora Rayane Figliuzzi, de 28 anos, não vai mais estrear na Sapucaí em 2026. O que seria um momento especial — sua primeira vez como musa da Unidos de Vila Isabel — virou um barril de pólvora depois que o nome dela foi envolvido num episódio de racismo envolvendo a ex-assessora de imprensa, Juliana Palmer. A escola de samba decidiu cortar relações e publicou um comunicado oficial na noite desta segunda-feira (8), confirmando a saída.
Segundo informações do jornal Extra, o clima já estava pesado nos bastidores. O posto de Rayane estava por um fio, e Belo, 51 anos, teria tentado ajudar a namorada. A influenciadora pediu ao cantor que fizesse uma apresentação gratuita na quadra da Vila Isabel no dia em que ela fosse tomar posse como musa — uma forma de compensar o fato de que, por estar confinada em A Fazenda 17, ela não tinha ido a nenhum ensaio até então.
O comunicado da agremiação começa direto ao ponto:
“A Unidos de Vila Isabel informa que Rayane Figliuzzi não faz mais parte do quadro de musas da escola para o Carnaval 2026.” Em seguida, explica que a decisão veio da “impossibilidade de cumprimento das agendas e compromissos necessários para o cargo”. Ou seja: a escola esperava uma presença ativa, e isso não aconteceu.
A nota destaca ainda que ser musa exige dedicação integral — algo que, no entendimento da diretoria, Rayane não demonstrou no tempo que teve. Mas a agremiação não parou por aí. De forma firme, mencionou também os episódios recentes que envolveram a influenciadora e aproveitou para reforçar sua postura contra qualquer forma de preconceito.
No comunicado, a escola declara:
“A agremiação repudia qualquer ato de preconceito e reafirma seu compromisso com os valores de respeito, inclusão e combate à discriminação.” E cita uma frase do Patrono, Capitão Guimarães:
“Preconceito é burrice; quem o pratica deixa de ser humano para se tornar uma coisa sem valor.”
A decisão final foi tomada justamente pelo Capitão Guimarães, pai do atual presidente da agremiação. Ele é conhecido por ter mão firme na condução da escola, que em 2026 vai levar à Avenida um enredo inspirado na vida do artista Heitor dos Prazeres e nas raízes da cultura africana — o que torna o caso ainda mais sensível dentro da comunidade.
Entenda a polêmica
Tudo teria começado em um jantar em um restaurante japonês em São Paulo. Estavam presentes: Belo, Rayane, Juliana Palmer e outras integrantes da equipe. Durante a conversa, tanto o cantor quanto Juliana sugeriram que Rayane começasse a fazer aulas de samba e participasse dos ensaios da escola, para evitar críticas sobre sua preparação como musa.
Até aí, normal. Mas, segundo testemunhas, Rayane já tinha tomado algumas bebidas e não reagiu bem à sugestão. Depois de semanas intensas pós-A Fazenda 17, ela teria se sentido pressionada e se retirou da mesa, indo ao banheiro com uma amiga.
Foi nesse intervalo que a situação explodiu. Na mesa, a secretária da influenciadora se desentendeu com Juliana Palmer e, em meio à discussão, teria usado o termo “macaca” para atacá-la. Quando Juliana tentou ir embora, a mesma secretária jogou bebida nela.
O caso resultou em dois boletins de ocorrência, registrados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Até o momento, a secretária envolvida não se manifestou publicamente.
O episódio ganhou repercussão nas redes sociais — num momento em que casos de racismo têm recebido cada vez mais atenção — e acabou pesando diretamente na decisão da Vila Isabel, que prefere evitar qualquer situação que possa arranhar a imagem da escola às vésperas do Carnaval.