Operação Golden Head: A Ação do MPRJ Contra Milícias na Baixada Fluminense
Recentemente, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deu um passo significativo no combate às milícias que atuam na Baixada Fluminense, denunciando 13 pessoas que supostamente fazem parte de uma organização criminosa que opera em áreas como Belford Roxo e Duque de Caxias. Entre os denunciados, destacam-se dois policiais: Jaime Rubem Provençano, da Polícia Civil, e Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como “Professor Gilmar”, da Polícia Militar.
Desdobramentos da Operação
Em resposta à denúncia, a Justiça emitiu mandados de prisão preventiva para todos os indivíduos mencionados. A Operação Golden Head, como foi chamada, teve seus mandados cumpridos em locais que vão desde a Barra da Tijuca até Jacarepaguá, passando, é claro, pelos bairros mais afetados pela milícia. Além disso, as investigações também se estenderam a unidades prisionais, com o apoio das corregedorias das polícias Civil e Militar.
Prisão e Acompanhamento
Até o momento da última atualização, o policial civil Jaime Provençano já havia sido detido. A Corregedoria-Geral da Polícia Civil confirmou que os mandados de busca e apreensão foram efetivamente cumpridos, e as operações continuam em andamento. O que se apurou até aqui é que os agentes envolvidos teriam fornecido informações sobre operações policiais e ajudado nas atividades do grupo miliciano.
Contexto das Investigações
As investigações revelam que, no ano de 2024, Provençano estava lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), enquanto o policial militar Gilmar estava no 39º Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Belford Roxo. Essa interação entre policiais e milicianos levanta questões graves sobre a integridade das forças de segurança e a confiança da população nas instituições.
Os Líderes e a Estrutura da Milícia
A investigação também expôs que a milícia é supostamente liderada por Diego dos Santos Souza, conhecido como “Cabeça de Ouro”, e por Carlos Adriano Pereira Evaristo, o “Carlinhos da Padaria”. Mesmo encarcerados, esses indivíduos continuam a desempenhar papéis centrais na gestão da milícia, com um contato direto com membros que permanecem em liberdade. Um dos responsáveis por essa comunicação é Angelo Adriano de Jesus Guarany, apelidado de “Magrinho”, que gerencia as cobranças e repasses de ordens.
Área de Atuação e Crimes Relacionados
A milícia atua em vários bairros da região, como Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras em Belford Roxo, e no bairro Pantanal em Duque de Caxias. Segundo os dados coletados pelo MPRJ, há relatos de extorsões contra comerciantes e mototaxistas, e os moradores vivem sob constante ameaça de torturas, execuções e confrontos armados, tudo por conta da disputa territorial.
Provas Reunidas e Continuidade da Apuração
A apuração do caso se baseou em diversas provas, incluindo documentos financeiros, prestação de contas e até ordens transmitidas por mensagens entre os membros do grupo. A investigação também encontrou indícios de conflitos com grupos rivais e coação de integrantes da milícia, evidenciando a complexidade e a gravidade da situação.
Próximos Passos
Embora a operação tenha avançado, a CNN Brasil ainda está buscando informações sobre a defesa dos indivíduos citados nesta reportagem. Essa busca é crucial não apenas para entender o lado dos acusados, mas também para garantir que o processo judicial ocorra de maneira justa e transparente.
Considerações Finais
A Operação Golden Head é um claro indicativo de que as autoridades estão atentas e dispostas a agir contra a criminalidade organizada, mesmo quando envolve membros das forças de segurança. Esse tipo de ação é essencial para restaurar a confiança da população nas instituições e, ao mesmo tempo, combater a crescente influência das milícias na sociedade.
É importante que a população continue a denunciar irregularidades e que as autoridades mantenham a pressão sobre esses grupos, garantindo que a justiça prevaleça. O que se espera agora é que as investigações prossigam e que mais informações venham à tona, ajudando a desmantelar essas organizações criminosas.