Após retirada da Magnitsky, Eduardo Bolsonaro faz forte desabafo: “Acabado”

Neste sábado (13), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou ao centro do debate político ao comentar a decisão do governo dos Estados Unidos de suspender as sanções que haviam sido impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com base na chamada Lei Magnitsky. O tema, que já vinha rendendo discussões acaloradas nas redes sociais e nos bastidores de Brasília, ganhou mais um capítulo depois que o parlamentar decidiu se explicar publicamente.

Em uma postagem feita na rede social X, Eduardo afirmou que suas palavras anteriores teriam sido mal interpretadas — ou distorcidas, segundo ele. O deputado disse que, ao mencionar a “sociedade brasileira”, não estava se referindo ao povo em geral, mas sim a um grupo específico de críticos que o acusam de atuar no exterior para articular punições contra magistrados brasileiros em troca de capital político. Na visão dele, essa leitura teria sido feita de forma desonesta por adversários e até por gente que se diz da mesma ala ideológica.

Segundo Eduardo, o trabalho que ele diz realizar fora do país ocorre sem recursos financeiros e com o objetivo de buscar o que chama de “um mínimo de liberdade”. Em um tom mais pessoal, ele cita o jornalista Paulo Figueiredo, lembrando que o aliado sequer ocupa cargo político. Ainda assim, afirma que ambos são julgados como se estivessem agindo por interesses próprios. Para o deputado, isso revelaria uma espécie de régua moral torta, usada por quem só se posiciona quando há algum ganho envolvido.

O texto publicado por Eduardo tem um tom de desabafo. Ele fala em gente que prefere ficar em cima do muro, tratando certas situações como “problema dos outros”, e critica o que chamou de comportamento mesquinho. Na avaliação dele, houve uma tentativa clara de jogar a opinião pública contra sua figura, ao espalhar a ideia de que ele teria atacado todos os brasileiros, quando, segundo garante, a crítica tinha alvo certo.

Em outro trecho, o parlamentar reforça que pessoas minimamente honestas do ponto de vista intelectual teriam entendido o real sentido da mensagem. Ainda assim, reconhece que parte do público se sentiu atingida. E aí solta a frase clássica: “se a carapuça serviu…”, deixando no ar que quem se incomodou talvez faça parte do grupo criticado.

O pano de fundo dessa discussão é um momento político bastante sensível. O Brasil vive uma fase de forte polarização, com decisões do STF sendo acompanhadas de perto tanto aqui quanto fora do país. A suspensão das sanções baseadas na Lei Magnitsky foi interpretada de formas diferentes: enquanto alguns viram como um gesto diplomático, outros enxergaram recuo ou rearranjo estratégico dos Estados Unidos, especialmente em um ano marcado por eleições e tensões internacionais.

Ao encerrar sua manifestação, Eduardo Bolsonaro adotou um discurso mais confiante e até religioso. Disse acreditar que nada está perdido, que a história ainda terá novos desdobramentos e que sua maior preocupação é “estar do lado certo”. Falou em caminhar ao lado de homens que, segundo ele, sabem o que é justo e agem conforme esse princípio. E concluiu pedindo que Deus ilumine e abençoe o caminho, afirmando, em letras maiúsculas, que é assim que eles vencerão.

Para aliados, a postagem resume bem o sentimento de quem se diz incompreendido e atacado injustamente. Para críticos, é apenas mais um episódio de confronto verbal em uma disputa que parece longe de acabar. Fato é que, nas redes e fora delas, o assunto segue rendendo, e promete ainda muitos capítulos nos próximos meses.



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