Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão, Jair Bolsonaro já estaria fora do jogo eleitoral de 2026. Pelo menos oficialmente. Sem poder disputar a Presidência, o ex-presidente, segundo pessoas próximas, não pretende ficar de fora da próxima corrida pelo Planalto. Pelo contrário. Ele já teria um nome definido para indicar e enfrentar diretamente Lula nas urnas: o do próprio filho, o senador Flávio Bolsonaro.
A informação foi divulgada pelo jornalista Guilherme Amado, colunista do Platô BR, e caiu como uma bomba nos bastidores da política. De acordo com a apuração, Bolsonaro estaria irredutível quanto a isso. Não aceita discutir outro nome, não quer plano B, nem conversa sobre alianças mais amplas. Para ele, a escolha já está feita, mesmo com todas as resistências internas.
E elas não são poucas. Nos bastidores da direita e do Centrão, o nome de Flávio não empolga. Há quem veja falta de carisma, outros falam em pouca musculatura política para uma disputa tão pesada. Mesmo assim, Bolsonaro estaria decidido a bancar o filho. Pessoas próximas dizem que o ex-presidente teme perder relevância política de vez e aposta todas as fichas em manter o sobrenome Bolsonaro em evidência no cenário nacional.
Essa estratégia, porém, acontece em meio a um momento delicado na vida pessoal do ex-presidente. Na última sexta-feira (12), Carlos Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais que chamou atenção e gerou preocupação entre apoiadores. Nas imagens, Jair Bolsonaro aparece dormindo e sofrendo uma crise de soluço persistente. No desabafo que acompanha o vídeo, Carlos afirma que o pai corre risco de vida e fala em uma “tragédia anunciada”.
A publicação repercutiu rapidamente, dividindo opiniões e levantando questionamentos. Familiares do ex-presidente têm pedido que ele retorne ao regime domiciliar, alegando que assim teria melhores condições de cuidado e acompanhamento médico. Segundo relatos de bastidores, o clima entre os filhos é de apreensão constante, com trocas frequentes de mensagens e tentativas de pressão por decisões mais rápidas da Justiça.
Além disso, já existe um pedido formal para que Bolsonaro passe por um procedimento cirúrgico com o objetivo de tratar o quadro de soluço, que estaria se prolongando mais do que o normal. No entanto, essa possibilidade ainda depende de uma perícia médica. Somente após esse laudo será definido se ele precisará ou não ser hospitalizado para realizar a cirurgia, o que aumenta ainda mais a tensão em torno do caso.
Outro ponto que veio à tona recentemente envolve a alimentação do ex-presidente. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro recebeu autorização para ter uma alimentação especial enquanto permanece na sede da Polícia Federal. A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, permite que uma pessoa previamente cadastrada faça a entrega diária das refeições, atendendo a um pedido feito pela defesa.
Atualmente, Bolsonaro está detido na Superintendência da Polícia Federal desde o dia 22 de novembro. Ele ocupa uma cela especial de cerca de 12 metros quadrados, equipada com televisão, frigobar, banheiro privativo, armário, mesa e cama. Apesar da estrutura diferenciada, aliados afirmam que o ex-presidente está abatido, tanto física quanto emocionalmente.
Enquanto isso, o cenário político segue em ebulição. Entre condenações, vídeos polêmicos, decisões do STF e articulações de bastidor, Bolsonaro tenta se manter relevante e influente. A aposta em Flávio pode ser vista como uma jogada arriscada, mas, para quem acompanha de perto, é bem a cara do ex-presidente: insistente, familiar e, acima de tudo, disposto a não sair de cena tão cedo, mesmo com tudo jogando contra.