Mulher que afirmava ser Madeleine McCann recebe duro castigo no Reino Unido

Julia Wandelt, uma jovem polonesa de 24 anos, voltou a colocar seu nome no centro de um dos casos mais sensíveis e conhecidos do mundo. Ela foi condenada a seis meses de prisão por assediar a família de Madeleine McCann, a menina britânica que desapareceu em 2007, em Portugal. Julia afirmava, de forma insistente, ser a própria Madeleine, mesmo após sucessivas negativas baseadas em exames científicos.

Segundo os promotores do caso, existiam “provas científicas inequívocas” de que Julia não tinha qualquer ligação genética com os McCann. Ainda assim, isso não a impediu de manter contato constante com Kate e Gerry McCann por mais de dois anos. Foram mensagens, ligações, e-mails e tentativas repetidas de aproximação, algo que, segundo a acusação, ultrapassou qualquer limite do razoável.

Apesar de ter sido absolvida da acusação formal de perseguição, o tribunal entendeu que houve assédio contínuo. Por isso, Julia recebeu a pena máxima prevista para esse tipo de crime, além de uma ordem de restrição por tempo indeterminado, impedindo qualquer novo contato com a família. A decisão chamou atenção da imprensa internacional, já que o caso continua gerando comoção quase duas décadas depois.

Em nota divulgada após a sentença, Kate e Gerry McCann afirmaram que não sentiram prazer algum com o resultado do julgamento. Pelo contrário. O casal reforçou que deseja apenas que informações reais e relevantes sobre o desaparecimento da filha sejam encaminhadas à polícia. Kate chegou a relatar que se sentiu “angustiada” e “invadida” com as abordagens frequentes da jovem polonesa, que reabriram feridas antigas.

Em outubro, o nome de Julia Wandelt já havia reaparecido nos noticiários. Durante uma audiência, ela chorou ao ouvir oficialmente que não possuía qualquer parentesco com os McCann. A cena foi descrita como tensa e emocional, mostrando que, independentemente da decisão judicial, o impacto psicológico era evidente.

O promotor Michael Duck foi direto ao afirmar que as provas científicas eram claras e definitivas. Segundo ele, Julia e Madeleine não são a mesma pessoa. No processo, Julia e uma outra mulher, Karen Spragg, eram acusadas de perseguir não apenas os pais, mas também os irmãos de Madeleine, entre junho de 2022 e fevereiro de 2025.

Dias antes da condenação, Julia ainda havia alegado possuir novos testes de DNA que supostamente “comprovavam” uma ligação com Gerry McCann. No entanto, exames anteriores, divulgados em abril de 2023, já haviam descartado completamente essa possibilidade. Esses testes indicaram que sua ascendência é polonesa, lituana e romena, sem qualquer relação com a família britânica.

Após a divulgação dos primeiros resultados, Julia chegou a pedir desculpas publicamente aos McCann e se afastou da mídia por um período. Ela passou um tempo nos Estados Unidos, sob proteção da médium Fia Johansson, o que também gerou críticas e desconfiança por parte da opinião pública.

Mesmo assim, a jovem voltou a insistir em novas análises genéticas, alegando que existiam semelhanças físicas e biológicas com a criança desaparecida. Essas declarações reacenderam debates nas redes sociais, dividindo opiniões e trazendo novamente o caso à tona.

No tribunal, porém, o promotor Michael Duck foi categórico ao reafirmar que Julia Wandelt definitivamente não é Madeleine McCann. O desaparecimento de Madeleine continua sendo um dos mistérios mais duradouros e dolorosos do mundo, sem solução há mais de 18 anos.

A menina desapareceu em 3 de maio de 2007, aos três anos de idade, do apartamento de férias da família na Praia da Luz, no Algarve, em Portugal. Desde então, o caso segue sem respostas concretas, alimentando teorias, falsas esperanças e, como visto agora, decisões judiciais que tentam colocar limites em uma história que ainda não teve fim.



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