Sem criticar Enel, ministro cobra Aneel sobre apagões em SP

Apagões em São Paulo: O que disse o ministro de Minas e Energia sobre a Enel?

No dia 16 de janeiro de 2023, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participou de uma reunião no Palácio dos Bandeirantes que atraiu a atenção do público. O encontro, que começou às 14h30, contou com a presença de figuras importantes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito da capital, Ricardo Nunes. O foco da discussão foram os recentes apagões que afetaram a população paulista, que geraram inúmeras reclamações e preocupações sobre o fornecimento de energia elétrica na região.

Responsabilidades em Debate

Durante sua fala, Silveira não se lançou em críticas diretas à Enel, a concessionária responsável pela distribuição de energia em São Paulo, mas enfatizou a necessidade de que a Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, assumisse suas responsabilidades. Ele mencionou que, há mais de dois anos, vem cobrando da Aneel informações e dados técnicos que poderiam fundamentar, legalmente, uma possível caducidade do contrato da Enel. No entanto, até o momento, a agência não apresentou as respostas necessárias, deixando um vazio em relação à responsabilidade da empresa.

A Situação das Árvores e a Prefeitura

Um ponto crucial em sua argumentação foi a falta de ação da Prefeitura de São Paulo em relação à poda de árvores. Silveira destacou que mais de 1.300 árvores que deveriam ter sido removidas caíram, muitas delas afetando diretamente a rede elétrica. Segundo ele, a Enel havia alertado a prefeitura sobre quais árvores representavam risco de queda e quais eram os bairros mais críticos. No entanto, a prefeitura não tomou as providências necessárias, o que contribuiu para a gravidade da crise.

Ele ainda mencionou que a Enel havia indicado um risco maior, alertando sobre a possibilidade de queda de mais de 15 mil árvores na cidade. A falta de ação por parte do poder municipal, conforme Silveira, foi um fator determinante para os problemas enfrentados na distribuição de energia elétrica.

Resposta da Prefeitura

A prefeitura não ficou em silêncio após as afirmações do ministro. Em uma nota divulgada, a administração municipal rebateu as críticas e apontou que a ENEL não cumpriu a totalidade do Plano Anual de Poda. Segundo a prefeitura, a concessionária tinha um compromisso de realizar 282.271 podas de árvores no ano, mas até o momento, apenas 31.945 (ou seja, 11%) haviam sido efetivamente realizadas. Isso, segundo a nota, é uma evidência clara da falta de compromisso da Enel com a qualidade do serviço prestado à população.

A Gestão Atual

A atual gestão da prefeitura, por outro lado, destacou que já havia realizado 162 mil podas e 13 mil remoções de árvores desde o início do ano. Além disso, a gestão aumentou suas equipes de manejo de árvores, passando de 122 para 162, um crescimento de 32%. Isso demonstra um esforço significativo para mitigar problemas futuros e garantir a segurança da população em relação aos serviços de energia elétrica.

A Repercussão e o Futuro

A situação em São Paulo levanta questões importantes sobre a responsabilidade das concessionárias de serviços públicos e a capacidade das autoridades locais de gerenciar crises. As declarações de Silveira e a resposta da prefeitura mostram um jogo de empurrar responsabilidades, onde cada parte parece buscar justificar suas ações ou inações. Essa dinâmica pode ser frustrante para a população, que se vê no meio de um problema que afeta diretamente seu cotidiano.

O que podemos esperar para o futuro? Se a Aneel não responder prontamente às demandas do ministro e se a Enel continuar a falhar na manutenção e operação de seus serviços, a população de São Paulo pode enfrentar mais desafios relacionados a apagões e interrupções no fornecimento de energia. A continuidade da fiscalização e a implementação de medidas corretivas serão cruciais para evitar que esse cenário se repita.

Por fim, é essencial que, como cidadãos, continuemos atentos a essas questões e participemos do debate público. Afinal, a energia é um bem essencial, e a qualidade de seu fornecimento deve ser uma prioridade para todos os envolvidos.



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