Após polêmica, SBT faz pedido ousado a Alexandre de Moraes envolvendo Bolsonaro

Nesta última quinta-feira, dia 18 de dezembro, o SBT voltou a parar no meio de um debate político que já vinha fervendo nas redes sociais. De forma oficial, a emissora encaminhou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, solicitando autorização para entrevistar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ideia, segundo o documento, é que a conversa aconteça já na segunda-feira seguinte, dia 22. As informações foram divulgadas pela Gazeta do Povo e rapidamente ganharam repercussão.

No pedido enviado ao STF, o SBT argumenta que a entrevista teria como foco temas de interesse coletivo, ou seja, assuntos que impactam diretamente a vida dos brasileiros. A proposta prevê que o bate-papo seja conduzido por Leandro Magalhães, atual apresentador do recém-lançado SBT News. Nos bastidores, a avaliação é que a emissora tenta mostrar equilíbrio editorial em um momento bastante sensível.

E sensível é até pouco. O canal vive dias complicados desde a estreia do novo telejornal. Parte do público, principalmente ligado à direita e ao bolsonarismo, reagiu mal ao lançamento do SBT News. O estopim foi a presença de Alexandre de Moraes e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no evento de estreia do programa. Para esse público, o gesto soou como um sinal claro de alinhamento político, algo que sempre foi evitado pelo SBT em décadas passadas.

Nas redes sociais, a reação foi imediata. Comentários críticos, memes e ironias começaram a circular com força. Alguns usuários passaram a chamar o telejornal de “SPT News”, numa alusão direta ao Partido dos Trabalhadores. A brincadeira, que de inocente não tem nada, mostra como a emissora acabou se tornando alvo de um público que historicamente sempre esteve muito próximo do perfil popular defendido por Silvio Santos.

É nesse cenário que o pedido para entrevistar Bolsonaro surge. Para alguns analistas, trata-se de uma tentativa clara de reduzir a rejeição e mostrar que o SBT segue aberto a diferentes vozes do cenário político. Para outros, é apenas mais um capítulo de uma crise de imagem que o canal ainda não conseguiu contornar direito.

Vale lembrar que essa não foi a única polêmica envolvendo o SBT nos últimos dias. No dia 15 de dezembro, outro episódio aumentou ainda mais a pressão sobre a emissora. O cantor Zezé Di Camargo, de 63 anos, anunciou publicamente o rompimento com o canal. Além disso, ele pediu que o tradicional especial de Natal, que já estava gravado, não fosse exibido.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Zezé não economizou nas críticas. O sertanejo direcionou suas falas à atual gestão do SBT e, de forma direta, citou as filhas de Silvio Santos como responsáveis por mudanças internas. Segundo ele, essas decisões estariam descaracterizando a identidade construída pelo fundador ao longo de décadas. O vídeo teve grande repercussão e dividiu opiniões entre fãs e profissionais da área.

Somando tudo isso, fica claro que o SBT atravessa um momento de transição complicado, talvez um dos mais delicados de sua história recente. Entre pressões políticas, críticas de artistas e reações do público, a emissora parece buscar um equilíbrio que ainda não encontrou. A possível entrevista com Bolsonaro pode até ajudar a acalmar parte da audiência, mas também pode reacender debates. No fim das contas, o SBT segue no centro da conversa nacional, gostando ou não disso.



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