Entre erros e polêmicas, Dudu Camargo se destaca e é eleito o melhor dos piores em A Fazenda 17

Dudu Camargo venceu A Fazenda 17 e levou o prêmio máximo na noite desta quinta-feira (18/12), encerrando uma temporada que ficará marcada mais pelo caos do que por grandes jogadas brilhantes. Foi uma edição intensa, cheia de conflitos que ultrapassaram limites, barracos quase diários e até expulsões que colocaram a produção da Record em modo permanente de contenção de danos. Não foi uma vitória óbvia, tampouco consensual, mas foi, dentro do possível, compreensível.

Ao longo da temporada, o reality pareceu caminhar no fio da navalha. Parte do público demonstrava cansaço com exageros, enquanto outra parte seguia fiel, comentando cada treta como se fosse final de campeonato. Nesse cenário turbulento, Dudu Camargo construiu algo raro naquela edição: uma narrativa minimamente estável. Não foi uma jornada de redenção clássica, nem um arco heroico, mas uma estratégia clara de sobrevivência.

No Ministério da Fofoca, o colunista do Metrópoles Lucas Pasin analisou com franqueza o caminho que levou Dudu ao título. Para ele, o mérito do campeão passa menos por carisma ou genialidade e mais pela capacidade de entender o jogo e se adaptar ao ambiente hostil que A Fazenda se tornou.

“O Dudu Camargo conseguiu criar uma história para ele dentro de A Fazenda. E é aí que forma um campeão de reality. Não adianta você ficar pautado pela sua história fora do reality. Acaba sendo um dos ‘menos ruins’, o melhor entre os piores… Quem diria que a gente chegaria ao fim de A Fazenda apontando o Dudu Camargo como o ‘melhor entre os piores’. E, de certa forma, aplaudindo o caminho que ele traçou”, avaliou Pasin.

A fala resume bem o sentimento de boa parte do público: ninguém saiu ileso daquela edição. Todos, em algum momento, se desgastaram, erraram ou exageraram. Dudu, por outro lado, soube dosar. Não foi protagonista dos maiores escândalos, mas também não desapareceu completamente do jogo. Em um reality onde “passar do ponto” virou regra, ele sobreviveu justamente por não implodir.

Lucas Pasin também destacou um elemento clássico dos realities: a imprevisibilidade da reação do público. Favoritismo, rejeição e cancelamento andam juntos, mas raramente seguem o roteiro esperado quando o elenco é anunciado.

“O Dudu Camargo apontado como favorito é muito característico de um reality show. A gente já viu outras pessoas que foram anunciadas como participantes… A gente esperava que fossem canceladas, eliminadas rapidamente ou virassem grandes focos de polêmica. Quando ele consegue conversar com o público, convencer o público, não importa se ele entrou com a gente achando que ele ia ser cancelado ou não”, explicou.

E talvez aí esteja o ponto central da vitória. Dudu não tentou ser algo que não era. Entendeu o clima da casa, percebeu o cansaço do público e entregou o básico necessário para seguir avançando. Em uma edição onde o excesso virou problema, o mínimo virou diferencial.

No fim das contas, Pasin faz uma conta simples, mas decisiva: em A Fazenda, nem sempre vence quem eleva o nível do jogo, mas quem consegue atravessar a temporada sem se autossabotar completamente.

“Pelo menos, ele conseguiu entregar dentro do reality o que a gente espera de um leve entretenimento. Falando de A Fazenda, não dá nem para falar de leve entretenimento. Mas ele entregou o entretenimento suficiente para que fosse importante ele ser campeão”, concluiu.

A vitória de Dudu Camargo pode não entrar para a história como uma das mais empolgantes do reality, mas simboliza bem o espírito da edição: ganhou quem conseguiu ficar de pé até o final, enquanto todo o resto desmoronava ao redor.



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