O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro apareceu visivelmente abalado neste domingo (21) ao falar sobre a possibilidade real de ser expulso dos Estados Unidos. O assunto veio à tona logo depois de ele confirmar, em entrevista ao SBT News, que perdeu o passaporte diplomático após o fim do mandato na Câmara e que também não possui, neste momento, um passaporte comum brasileiro.
A situação, segundo o próprio Eduardo, é delicada. Sem um documento válido, ele corre o risco de ficar em situação irregular em solo americano, o que poderia levar a uma deportação pelo governo de Donald Trump. O clima da entrevista foi tenso, com falas atropeladas, tom de desabafo e uma clara tentativa de mostrar que já estaria se preparando para esse cenário, mesmo que tudo ainda seja incerto.
Durante a conversa, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que já pensa em alternativas para continuar viajando e se mantendo fora do Brasil. Uma das opções citadas foi a busca por um chamado “passaporte de apátrida”, documento concedido a pessoas que não têm nacionalidade reconhecida oficialmente por nenhum país. A declaração causou surpresa até entre aliados, já que esse tipo de passaporte é raro e costuma envolver processos longos e complexos.
“Assim que eu perder meu mandato, dentro de 30 ou 60 dias, tenho que devolver meu passaporte diplomático. Vou ficar sem passaporte brasileiro. Mas já adianto que estou vacinado. Isso não me impediria de fazer outras saídas internacionais porque tenho outros meios para fazê-lo ou quem sabe até correr atrás de um passaporte de apátrida. Vamos ver como isso acontece”, disse Eduardo, tentando soar confiante, mas demonstrando preocupação.
Em outro momento da entrevista, o ex-deputado chegou a pedir ajuda da imprensa. Segundo ele, existiria uma suposta “ordem secreta” enviada a embaixadas e consulados do Brasil para impedir que um novo passaporte seja emitido em seu nome. Eduardo, no entanto, não apresentou documentos nem revelou a fonte dessa informação, o que levantou dúvidas até entre jornalistas que acompanhavam o caso.
O tom de vitimização ficou ainda mais evidente quando ele voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eduardo afirmou que estaria sendo alvo de uma perseguição política contínua e que isso estaria afetando diretamente sua sobrevivência financeira fora do país. Em um trecho mais emocional, ele admitiu algo que por muito tempo evitou comentar publicamente: tomou a vacina contra a Covid-19.
“É mais uma tentativa de Alexandre de Moraes de minar o meu trabalho. Mas eu já adianto que estou vacinado, conheço as estratégias dele. Congelou minha conta bancária, congelou a conta bancária dos meus dois pequenos filhos. Mas como eu sei que eles jogam sujo, eu já estou vacinado e precavido”, afirmou, misturando denúncias, críticas e justificativas pessoais.
O episódio acontece em um momento político conturbado, em que decisões judiciais envolvendo figuras ligadas ao bolsonarismo seguem gerando forte repercussão nas redes sociais e na imprensa. Enquanto alguns apoiadores veem Eduardo como vítima de abusos, críticos apontam contradições em suas falas e questionam a veracidade de parte das informações apresentadas.
Por ora, o futuro de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos segue indefinido. Entre ameaças de expulsão, acusações de perseguição e planos alternativos que ainda parecem nebulosos, o ex-deputado tenta se manter relevante no debate público. Resta saber se, fora do mandato e enfrentando dificuldades práticas, ele conseguirá sustentar o discurso combativo que marcou sua trajetória política até aqui.
O ex-deputado Eduardo Bolsonaro acabou de aparecer completamente transtornado no SBT News, logo após descobrir que PERDEU O PASSAPORTE DIPLOMÁTICO e não poderá usar o passaporte comum. Agora, ele poderá ficar em situação irregular nos EUA e ser expulso pelo governo Donald Trump.… pic.twitter.com/FqATgItKVu
— Isaac Ricalde (@IsaacRicalde1) December 21, 2025