Câncer de bexiga: Conheça as causas e sintomas mais comuns da condição

O câncer de bexiga é um daqueles problemas de saúde que muita gente já ouviu falar, mas pouca gente realmente presta atenção até que algo acontece. Ele é considerado um dos tumores urológicos mais comuns e surge quando as células da parede da bexiga, órgão responsável por armazenar a urina, começam a crescer de forma desordenada. Na prática, é como se o corpo perdesse o controle desse processo. A doença atinge principalmente homens, em especial depois dos 65 anos, mas mulheres também não estão livres do risco, como alguns casos recentes têm mostrado.

Um dos pontos mais debatidos pelos médicos é o fator de risco. O tabagismo segue sendo o vilão número um. Aproximadamente metade dos diagnósticos de câncer de bexiga tem ligação direta com o cigarro, seja atual ou no passado. Além disso, pessoas que trabalham ou trabalharam por muitos anos expostas a produtos químicos, como corantes industriais, solventes e derivados do petróleo, também entram no grupo de maior risco. Soma-se a isso infecções urinárias frequentes, irritações constantes da bexiga, uso prolongado de certos medicamentos e até histórico familiar. Não é uma regra matemática, mas o risco aumenta, sim.

O curioso — e preocupante — é que o câncer de bexiga costuma dar sinais logo no início. O sintoma mais comum é a presença de sangue na urina, às vezes visível, às vezes detectado só em exame. Mesmo assim, muita gente ignora ou confunde com infecção urinária, principalmente mulheres, que já estão mais acostumadas a esse tipo de diagnóstico. Com isso, o problema vai sendo empurrado com a barriga, atrasando o tratamento e complicando o quadro.

“Apesar de frequentemente apresentar sinais precoces, ainda pode demorar a ser diagnosticado porque muitos pacientes subestimam os sintomas”, explica o oncologista Márcio Almeida, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Segundo ele, reconhecer os sinais de alerta e conhecer os fatores de risco é essencial para aumentar as chances de cura. E isso não é exagero médico, é fato.

Entre os principais sintomas do câncer de bexiga estão a hematúria, que é o sangue na urina, o aumento da frequência urinária, dor ou ardência ao urinar, urgência para ir ao banheiro e, em casos mais avançados, dor pélvica. Nada disso é exclusivo da doença, o que confunde bastante o paciente comum. Mas é justamente aí que mora o perigo.

De acordo com o urologista Rafael Buta, quando o tumor é identificado no início, as chances de cura são bastante altas, já que ele ainda não atingiu camadas mais profundas da bexiga. O problema começa quando há atraso no diagnóstico. “Quando o câncer penetra a camada muscular da bexiga, o tratamento precisa ser mais agressivo, com quimioterapia e até cirurgia para retirada do órgão”, afirma o especialista da Clínica Veridium, que também é membro da Sociedade Brasileira de Urologia e da American Urological Association.

E como evitar essa condição? Não existe fórmula mágica, mas algumas atitudes fazem diferença. Parar de fumar é, sem dúvida, a principal delas. Quem trabalha em ambientes com risco químico deve usar equipamentos de proteção corretamente, algo que ainda é negligenciado em muitos setores. Manter uma boa hidratação, prestar atenção a mudanças no corpo e procurar um médico diante de qualquer sinal estranho também ajudam bastante.

Buta reforça que pessoas acima dos 50 anos, especialmente quem já fumou, precisam redobrar a atenção. “Qualquer exame de urina que mostre sangramento, mesmo mínimo, é um alerta sério e precisa ser investigado”, orienta. No fim das contas, informação e atenção ainda são as melhores armas contra o câncer de bexiga. Ignorar os sinais pode custar caro, literalmente.



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