Nikolas Ferreira detona Havaianas e choca ao revelar sua opinião sobre o assunto

A mais nova campanha publicitária da Havaianas, pensada para marcar a virada do ano, acabou tomando um rumo bem diferente do esperado. O que era pra ser só uma mensagem leve de Ano Novo virou combustível para debates acalorados nas redes sociais, misturando política, cultura, ideologia e, claro, muita opinião atravessada. Em poucos dias, o comercial deixou de ser apenas marketing e passou a ocupar espaço em discussões que vão muito além de uma simples sandália.

Estrelado por Fernanda Torres, o vídeo ganhou grande repercussão justamente por causa de uma frase que, à primeira vista, parece inofensiva. A atriz diz que não deseja que as pessoas comecem o novo ano com o “pé direito”, expressão bastante comum no Brasil. Só que, no cenário político atual, cada palavra é dissecada, interpretada e, muitas vezes, distorcida. Não demorou para setores mais conservadores enxergarem ali uma provocação ideológica.

Uma das reações mais comentadas veio do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Em seu perfil na rede social X, ele ironizou o tradicional slogan da marca, “Havaianas: todo mundo usa”, sugerindo que talvez nem todo mundo fosse continuar usando depois daquela campanha. A publicação viralizou rápido, impulsionada pela polarização que já virou rotina no país. Hoje, basta um empurrãozinho e qualquer assunto vira guerra de narrativas.

O curioso é que a Havaianas, em nenhum momento, fez referência direta a política, partidos ou ideologias. Ainda assim, políticos e influenciadores ligados à direita passaram a criticar a peça, afirmando que o uso da palavra “direito” teria sido calculado. Para esse grupo, não foi coincidência. Já outros viram exagero, leitura forçada ou até má vontade. Esse tipo de divisão, infelizmente, já não surpreende mais ninguém.

Outro fator que pesou foi o momento vivido por Fernanda Torres. A atriz vem ganhando destaque internacional com o filme “Ainda Estou Aqui”, que aborda o período da ditadura militar no Brasil. Isso fez com que parte do público associasse automaticamente a imagem dela a determinados posicionamentos políticos, mesmo quando o conteúdo do comercial não fala disso de forma direta. Especialistas em comunicação costumam dizer que, em ambientes polarizados, símbolos falam mais alto que intenções.

No roteiro do comercial, a ideia é simples e até bonita. A personagem diz: “Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito”. Em seguida, explica que sorte não depende só de rituais ou frases feitas. A proposta é começar o ano com os dois pés, inteiro, presente, seja numa viagem, num projeto novo ou numa mudança de vida. É uma mensagem de envolvimento, de entrega total, algo bem comum na publicidade atual.

Do ponto de vista do marketing, a campanha segue uma tendência clara: marcas querem se aproximar do público, falar de sentimentos, usar linguagem direta e inspiradora. Funciona muitas vezes, mas também traz riscos. Num país dividido, qualquer frase aberta demais pode virar munição para interpretações variadas. E quando isso acontece, as redes sociais fazem o resto do trabalho, amplificando tudo, sem filtro.

No fim das contas, a polêmica em torno da campanha das Havaianas mostra como a publicidade deixou de ser neutra aos olhos do público. Um comercial feito para celebrar o Ano Novo acabou virando pauta política, discussão ideológica e até motivo de boicote para alguns. Para a marca, fica o desafio de lidar com a repercussão sem perder sua identidade leve e popular. Para o público, sobra a sensação de que, no Brasil de hoje, até uma sandália pode virar símbolo de algo muito maior.



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