Nos últimos dias, o nome de Jair Bolsonaro voltou com força aos noticiários, mas desta vez não foi por causa de política ou disputa eleitoral. O ex-presidente tem enfrentado problemas sérios de saúde, e a situação dele gerou bastante preocupação até mesmo entre aliados próximos. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) esteve pessoalmente com Bolsonaro e saiu da visita visivelmente abalado. Segundo ele, o estado físico e mental do ex-presidente é frágil, a ponto de falar que “o risco de morte é iminente”.
Sanderson relatou que ficou duas horas ao lado de Bolsonaro e que, nesse período, presenciou cenas preocupantes.
“Segundo Sanderson, Bolsonaro apresentou sinais de debilitação durante o encontro. “Posso até aqui ser mais franco com vocês, o risco de morte dele é iminente. Pelo que eu vi aqui, um homem de 70 anos, que está totalmente debilitado física e mentalmente, preso. Eu não sabia que ele estava nessa situação. Eu tive com ele duas horas, ele vomitou duas vezes com soluço”, relatou o parlamentar.
Para quem acompanhou a carreira política de Bolsonaro, sempre com aquele jeito firme, até meio brigão, a imagem descrita pelo deputado soa quase chocante.
Além da fraqueza geral, há ainda a questão do diagnóstico de câncer de pele, algo que naturalmente mexeu com o emocional do ex-presidente. Sanderson comentou que Bolsonaro demonstrou muita preocupação, pois novos exames ainda vão confirmar o estágio da doença. Quem já passou ou acompanhou alguém em situação parecida sabe como é: a espera pelos resultados muitas vezes é pior que o próprio tratamento.
De acordo com as informações divulgadas, Bolsonaro foi levado às pressas para o Hospital DF Star, em Brasília, na terça-feira (16/9). Ele apresentava queda de pressão, vômitos constantes e soluços que não passavam. Depois de uma noite sob observação, teve alta no dia seguinte, saindo do hospital pouco depois do almoço. Mas, mesmo liberado, ficou claro que o problema não terminou ali.
O médico responsável, Cláudio Birolini, informou que foram retiradas oito lesões da pele do ex-presidente. Sete delas levantaram suspeita de câncer, e duas já vieram com resultado positivo para carcinoma de células escamosas, um tipo de câncer de pele considerado intermediário. Ou seja, não é o mais leve, mas também não chega a ser o mais agressivo. O lado menos ruim dessa história é que os médicos acreditam que as lesões estão em estágio inicial, o que deve permitir apenas acompanhamento periódico.
Apesar disso, a notícia mexeu forte no cenário político. Mesmo fora do governo, Bolsonaro ainda é uma das figuras mais influentes da direita brasileira. Ele tem uma base fiel de apoiadores, que acompanham cada detalhe da sua rotina, seja nos atos de rua ou nas transmissões ao vivo. Ver esse líder em condições tão frágeis cria uma mistura de sentimentos entre militantes e até adversários: de um lado a preocupação genuína com a saúde, de outro a especulação sobre como isso pode impactar no jogo político.
Vale lembrar que a saúde de Bolsonaro já foi pauta em outros momentos. Desde a facada em 2018, durante a campanha eleitoral, ele passou por diversas cirurgias e internações. A cada novo episódio, surgem questionamentos sobre como esses problemas podem interferir na sua vida pública. Agora, com a idade avançando e um diagnóstico de câncer no horizonte, o clima é de alerta ainda maior.
Nos corredores de Brasília, o assunto ganhou força nesta quinta-feira (18/9). Parlamentares aliados, mesmo os mais otimistas, reconheceram que Bolsonaro precisa se afastar um pouco da pressão política para cuidar da saúde. Já entre opositores, embora haja quem critique o uso político de sua condição, também há aqueles que desejaram pronta recuperação – até porque, em momentos assim, a rivalidade costuma dar lugar ao lado humano da história.
Enquanto isso, familiares e apoiadores mais próximos se mobilizam. Nas redes sociais, mensagens de fé e solidariedade se multiplicaram. Grupos de apoiadores chegaram a organizar correntes de oração, numa tentativa de transmitir força ao ex-presidente. Independentemente da posição política, é fato que a saúde de Bolsonaro virou um ponto de atenção nacional. Afinal, estamos falando de alguém que marcou a cena política do Brasil nos últimos anos e que, goste-se ou não, segue sendo um ator relevante no debate público.