O programa Mais Você, da Globo, começou a quinta-feira (31) com um daqueles momentos que ninguém espera, mas que viralizam rapidinho. Ana Maria Braga, sempre conhecida pelo jeitinho tranquilo e pelo café da manhã recheado de simpatia, acabou protagonizando uma cena inusitada ao cortar César Tralli no meio de uma pergunta — e tudo isso ao vivo, durante uma entrevista com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.
Tudo começou quando Tralli, que também é apresentador do Jornal Hoje, resolveu abordar uma fala recente do presidente Lula ao The New York Times. Lula tinha dito que, se os Estados Unidos não quisessem comprar produtos brasileiros, tudo bem — porque a China estaria disposta. A fala, obviamente, tem uma carga diplomática forte, já que China e EUA vivem se estranhando no cenário internacional. Tralli estava tentando conduzir a questão de forma crítica, mas Ana Maria não segurou a língua.
“Ontem, saiu uma entrevista no jornal The New York Times, em que o presidente da República brasileiro disse que, se os Estados Unidos não quiserem os produtos brasileiros, tem quem queira. E aí citou a China, que é arqui-inimiga dos Estados Unidos hoje. Então…”, começou Tralli. Antes que ele terminasse, Ana cortou: “É uma verdade, não é? Não tem quem queira os produtos brasileiros?”, rebateu, olhando firme.
O clima ficou meio estranho por um segundo, mas Tralli não se abalou. Continuou com sua pergunta pra Alckmin, questionando se esse tipo de discurso do presidente não atrapalha nas relações diplomáticas. “O que eu quero perguntar ao senhor é o seguinte: esse tom que vai mais para o confronto prejudica as negociações diplomáticas e até mesmo o senhor, que está à frente dessas negociações?”, completou ele.
A reação da internet não demorou nada. No X (antigo Twitter), o nome de Ana Maria logo subiu nos trending topics. Muitos usuários — principalmente apoiadores de Lula — elogiaram a atitude dela, dizendo que foi um “corte cirúrgico” ou até mesmo um “chega pra lá” em Tralli, que estaria querendo politizar demais a conversa. Outros acharam desnecessário o tom da apresentadora, que, na visão de alguns, deveria manter a neutralidade.
“Eu amo a Ana Maria, mas não é papel dela defender político no ar”, comentou uma internauta. Outro respondeu: “Ela só disse a real, o Brasil tem sim pra quem vender. Tralli quis polemizar à toa”.
Fato é que o episódio mostrou como o clima político tá cada vez mais presente até mesmo em programas que, teoricamente, são voltados pra culinária, entretenimento e variedades. Em tempos de polarização intensa, qualquer fala — por menor que pareça — pode virar combustível pra debate nas redes.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que Ana Maria se posiciona de forma mais direta em questões políticas ou sociais. Nos últimos anos, ela já defendeu pautas ambientais, criticou cortes na cultura e se emocionou ao falar de temas como racismo e violência contra a mulher.
No final das contas, a entrevista seguiu e Alckmin, com aquele jeito mais ponderado, tentou dar uma resposta diplomática, destacando que o Brasil busca boas relações comerciais com todos os países, mas sem abrir mão da sua soberania.
Mas o que ficou mesmo foi o climão. E a pergunta que não quer calar: Ana Maria perdeu a linha ou apenas falou o que muitos pensam e não dizem?
Seja como for, o café da manhã dessa quinta foi servido com uma dose extra de tensão política. E como dizem por aí, quem não quiser se queimar, que não entre na cozinha… especialmente a da Ana Maria.