Depois de ser preso por agredir brutalmente sua namorada com mais de 60 socos, o ex-jogador de basquete Igor Cabral foi colocado numa cela comum junto com outros seis detentos. A informação ganhou destaque após ser divulgada pelo portal da revista Veja, que também noticiou a tentativa da defesa do atleta em conseguir uma cela individual pra ele — o pedido foi baseado no risco de represálias por parte de outros presos.
A justificativa da defesa é que o crime ganhou muita repercussão, principalmente nas redes sociais e grupos de mensagens, o que poderia colocar Igor em perigo dentro da cadeia. Só que a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte já deixou claro: o pedido não será atendido. O motivo? Falta de estrutura no sistema prisional.
No momento, Igor está numa unidade de triagem, que é aquela etapa inicial em que os presos ficam por um tempo antes de serem encaminhados pra um presídio definitivo. De acordo com a secretaria, depois que ele sair da triagem, será transferido sim, mas pra uma cela comum como qualquer outro detento — nada de regalia.
“Não tem cela individual disponível só pra esse tipo de caso. A única possibilidade seria por motivo disciplinar, como punição, e esse não é o caso agora”, explicou a secretaria em nota enviada à imprensa. Eles ainda acrescentaram que a defesa será oficialmente informada dessa impossibilidade.
A situação, que já é tensa por si só, ganhou mais um agravante nos últimos dias. Os advogados de Igor afirmaram que a família do ex-atleta tem sido alvo de ameaças constantes desde que o caso veio à tona. De acordo com eles, parentes próximos estariam recebendo mensagens ofensivas e até ameaças diretas por redes sociais, o que fez aumentar a preocupação dos envolvidos.
Em nota oficial, os representantes legais do jogador pediram que a população respeite a privacidade da família, lembrando que os familiares não têm nenhuma ligação com o crime cometido e que não devem ser punidos por atos dos quais não participaram. “A dignidade da família precisa ser preservada, eles não têm culpa de nada”, disse o comunicado.
Pra complicar ainda mais o cenário, circulam informações (não confirmadas oficialmente) de que traficantes da região de Natal estariam organizando um possível ataque ao ex-jogador dentro do presídio. Supostamente, grupos no WhatsApp estariam convocando pessoas para linchar Igor assim que ele for transferido. Essas informações, embora graves, ainda não foram confirmadas pelas autoridades, mas já circulam como fumaça em grupos locais.
Esse tipo de reação popular não é novidade em casos de violência contra mulheres. Nos últimos meses, com o aumento da cobertura midiática sobre feminicídios e agressões, muitos criminosos têm sido julgados não só pela Justiça, mas também por uma espécie de “tribunal das redes”, que funciona à base de indignação, ódio e sede de vingança. Embora compreensível do ponto de vista emocional, isso levanta discussões complicadas sobre justiça, linchamento e a segurança dentro do sistema carcerário.