As chuvas intensas que caíram em São Paulo e no Rio de Janeiro nos últimos dias deixaram um rastro de destruição e preocupação nas cidades atingidas. O cenário foi tenso, com alagamentos, deslizamentos de terra, rios transbordando e muitos danos em várias áreas dessas cidades. A situação foi tão grave que algumas localidades precisaram decretar estado de emergência para tentar lidar com os estragos.
Em Angra dos Reis, no Rio, a cidade mais afetada desde sexta-feira (4), o volume de água que caiu foi impressionante. A prefeitura informou que em apenas 24 horas, o acumulado ultrapassou 324 mm de chuva, e em 48 horas, esse número subiu para 357 mm. É uma quantidade de água absurda para tão pouco tempo. Não tem como não se impressionar com isso. Foi um caos total por lá, com várias pessoas sendo afetadas diretamente e a cidade em total alerta.
No litoral paulista, a situação também foi bem crítica, especialmente em Ubatuba. A chuva foi muito forte entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, causando enchentes que atingiram diversos bairros. Em um loteamento chamado Marafunda, por exemplo, foi registrado um acumulado de 138 mm de chuva em apenas 12 horas, segundo a Defesa Civil. Esse volume de água gerou muitos problemas, e a cidade teve que lidar com diversas ocorrências.
Uma das situações mais urgentes foi em Ubatuba, onde por volta das 23h25, o Corpo de Bombeiros foi chamado para resgatar pessoas que ficaram ilhadas no bairro Taquaral, devido ao transbordamento de rios e falta de drenagem. Dá até pra imaginar a tensão dos moradores, que, além da água subindo, precisavam ser resgatados por equipes de emergência. Tudo isso acontecendo no meio da madrugada, uma situação bem complicada para quem estava ali.
A rodovia Rio-Santos, que passa pela região, também precisou ser fechada em alguns pontos. A concessionária CCR bloqueou os km 542, 503, 473 e 433 da estrada, por conta do risco de deslizamento de barreiras. Isso afetou diretamente o tráfego em Angra dos Reis e Paraty, duas cidades que enfrentaram dificuldades para lidar com a chuva. Fechar a estrada foi uma medida de segurança, mas mesmo assim causou muitos transtornos para quem estava tentando se deslocar.
Em Teresópolis, na serra do Rio, a chuva foi tão forte que também causou o fechamento da subida e descida da serra. A região já é conhecida por ser vulnerável a deslizamentos e, com o volume de chuva, o risco de desabamentos foi alto. Muitos motoristas e passageiros tiveram que mudar seus planos, já que a estrada foi completamente interditada. A serra é uma rota muito importante, e essa interdição causou grandes dificuldades para a população.
Em Petrópolis, no coração da serra fluminense, o Rio Quitandinha transbordou e causou um verdadeiro estrago no centro histórico. A Defesa Civil precisou acionar as sirenes para alertar a população. Não é de hoje que Petrópolis sofre com esse tipo de evento, mas a força da água nesta ocasião foi algo realmente preocupante. A rua Coronel Veiga, que fica próxima ao ponto de transbordamento, foi interditada pela prefeitura, já que a água invadiu a área e colocou a segurança de todos em risco.
Além disso, as sirenes foram acionadas em outras regiões de Petrópolis, como no Alto da Serra, Vila Felipe, São Sebastião e Alto Independência, para alertar os moradores sobre o risco de novos deslizamentos e alagamentos. O que se viu nos últimos dias foi uma verdadeira luta contra a natureza, onde muitas pessoas tiveram que se abrigar e esperar o pior passar.
O que fica claro é que, quando a chuva vem com tanta intensidade, as cidades ficam completamente vulneráveis. A infraestrutura, muitas vezes, não dá conta de tanta água, e as consequências são trágicas para quem mora nas regiões mais afetadas. A cada nova tempestade, a sensação é de que estamos mais expostos, e a luta para evitar danos maiores parece cada vez mais difícil.