Em hospital, Bolsonaro rompe o silêncio e dispara: “Golpe de Estado é uma brincadeira”

Numa entrevista que bombou na TV, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) falou pela primeira vez depois de se recuperar de uma cirurgia delicada no intestino. Ele estava no hospital DF Star, em Brasília, e aproveitou para rebater com bastante energia as acusações que estão rolando sobre seu possível envolvimento nos eventos do dia 8 de janeiro, em que um monte de gente invadiu os prédios dos Três Poderes em Brasília.

Bolsonaro não economizou palavras e foi bem direto: “Golpe de Estado é uma brincadeira”, disse, claramente irritado. Ele também negou qualquer ligação com os atos de vandalismo que ocorreram na capital. Em um tom firme, ainda emendou: “Como é que eu posso prejudicar um patrimônio se eu estava fora do Brasil?”.

Com um estilo meio provocador, o ex-presidente desafiou a versão dos seus opositores: “Golpe de Estado sem liderança, sem tropa, sem armas, num domingo… não tem cabimento”. Ele até foi questionado sobre a famosa minuta de golpe, aquela que estava circulando nos bastidores, e deu sua versão: “Nós conversamos sobre dispositivos constitucionais”. Ou seja, para ele, era tudo uma questão de legalidade, sem nada de ilegal envolvido.

Bolsonaro pareceu incomodado mesmo quando o assunto foi o tal “plano punhal verde e amarelo”, que gerou um certo burburinho na mídia. Para ele, isso nunca passou pela sua cabeça. Ele negou com força qualquer envolvimento com esse suposto plano, deixando claro que aquilo não era algo de sua autoria. Apesar de toda a polêmica e das dificuldades políticas, ele se mostrou confiante, inclusive sobre sua futura participação na política.

Mesmo com a inelegibilidade em cima, Bolsonaro acredita que o povo ainda prefere ele, e não outros nomes da direita. “A maioria da população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final”, disse, com bastante certeza em suas palavras. Ele deixou bem claro que tem a confiança da base de apoio e que, na visão dele, ninguém mais representa a direita como ele.

A entrevista deu o que falar, porque ele não só desmentiu acusações, como também deixou claro seu ponto de vista sobre várias questões polêmicas que marcaram seu governo. Essa é a primeira vez que ele fala sobre os eventos de janeiro, e, pelo jeito, ele tem muito o que dizer nos próximos tempos, já que, mesmo com tudo o que aconteceu, não está disposto a ficar quieto.

Bolsonaro aproveitou para reforçar seu papel como líder da direita e também atacou seus adversários, dizendo que o movimento do dia 8 de janeiro não tem nada a ver com ele. Ele ainda fez questão de reforçar a ideia de que não há ninguém mais popular dentro do seu campo político que consiga liderar como ele.

Então, a entrevista deu um clima tenso e polarizado, mas não deixou de ser importante para que ele se posicionasse sobre um assunto que está gerando muitos debates. No fim das contas, ele parece mais firme do que nunca em suas crenças e pronto para se manter no centro das discussões políticas no Brasil.