Entenda a polêmica dos “genes” e “jeans” de campanha com Sydney Sweeney

A Polêmica Campanha de Sydney Sweeney: Jeans ou Genes?

Nesta semana, a nova campanha estrelada pela famosa atriz de Hollywood, Sydney Sweeney, para a marca American Eagle gerou uma onda de discussões e polêmicas. O anúncio, que leva o nome “Sydney Sweeney Has Great Jeans” (ou “Sydney Sweeney tem ótimos jeans”), foi lançado no dia 23 de julho e logo chamou a atenção de muitos, não apenas pela beleza das peças, mas também pelo significado mais profundo que a campanha traz.

O Trocadilho e suas Implicações

O slogan da campanha faz um jogo de palavras entre “jeans” e “genes”, que em inglês soam muito parecidas. Essa ideia de brincar com a fonética, entretanto, não agradou a todos. Críticos apontaram que essa associação pode ter conotações raciais, sugerindo uma noção de superioridade genética, especialmente considerando que Sydney Sweeney, a atriz que protagoniza o anúncio, é uma mulher branca, loira e de olhos claros.

Em um trecho da propaganda, Sydney menciona: “Os genes são transmitidos de pais para filhos, muitas vezes determinando características como cor do cabelo, personalidade e até mesmo a cor dos olhos. Meu jeans é azul”. A situação se complica quando uma voz ao fundo completa a frase com o slogan da campanha, pontuando o trocadilho de forma que muitos consideraram problemática.

A Opinião de Especialistas

A autora e médica Sayantani DasGupta, que também é docente na Universidade de Columbia, expressou sua preocupação. Ela afirmou que a propaganda está “embutida de messagem eugenista”. De acordo com ela, anúncios como esse não vendem apenas produtos, mas ideias sobre amor, sexualidade e corpos. Ela comentou que ao fazer essa comparação entre genes e jeans, a mensagem implícita é que uma mulher de uma raça não branca não teria espaço nessa narrativa, o que levanta questões importantes sobre representação e inclusão na publicidade.

O Que é Eugenia?

Para compreender melhor a controvérsia, é crucial entender o conceito de eugenia. Essa é uma pseudociência que busca a “melhoria genética dos seres humanos”. O National Human Genome Research Institute descreve a eugenia como uma “teoria imprecisa”, que está ligada a formas históricas e contemporâneas de discriminação, racismo e colonialismo. Portanto, a mensagem que poderia ser interpretada a partir da campanha de Sydney Sweeney é bastante delicada e suscita um debate sobre a responsabilidade das marcas ao criar suas campanhas publicitárias.

Comparações com Campanhas Anteriores

Outro ponto que chamou a atenção é a semelhança dessa campanha de 2025 com um anúncio de 1991 da famosa modelo Brooke Shields. Na época, Shields, com apenas 15 anos, fez um comercial para a Calvin Klein que também abordava características genéticas. Ela dizia: “Quer saber o que há entre eu e meus jeans? Nada”. Rachel Lowestein, uma consultora cultural de marcas, apontou que essa estratégia de marketing, que remete ao uso de sexualidade para vender produtos, é uma técnica antiga, mas que ainda ressoa com o público.

Impacto no Mercado

Curiosamente, mesmo com toda a controvérsia, a campanha teve um impacto positivo nas ações da American Eagle. Em poucos dias, a valorização da marca aumentou em 10%, o que adicionou cerca de US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1,1 bilhão) ao valor total do grupo, conforme reportado pela Vanity Fair. Isso levanta questões sobre como a controvérsia pode, paradoxalmente, trazer benefícios financeiros para as empresas.

Silêncio da Atriz e da Marca

Até o presente momento, Sydney Sweeney e a American Eagle não se pronunciaram oficialmente sobre a polêmica gerada pela campanha. No entanto, uma publicação no LinkedIn de Asheley Schapiro, que é vice-presidente de Marketing da empresa, revelou que Sydney e ela tiveram uma conversa sobre os limites da campanha. Asheley mencionou que perguntaram à atriz: “Até onde você quer ir?” e a resposta de Sydney foi um sorriso seguido de um “Vamos, eu topo”.

Esse tipo de interação entre celebridades e marcas é cada vez mais comum, mas também levanta questões sobre até que ponto os limites éticos e morais são respeitados na busca por um engajamento maior do público.

Conclusão

A campanha de Sydney Sweeney para a American Eagle nos convida a refletir sobre a responsabilidade das marcas na comunicação com seus consumidores. A polêmica gerada pelo trocadilho entre jeans e genes é um lembrete de que a publicidade não é apenas sobre vendas, mas sobre como as mensagens transmitidas podem impactar a sociedade como um todo. O que você acha dessa situação? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe sua opinião!