Filha de Ingrid Guimarães revela que tem vergonha da mãe

Ingrid Guimarães sempre foi conhecida por misturar humor com assuntos que muita gente evita falar em público. Desde o sucesso da franquia De Pernas pro Ar, que levou milhares de pessoas ao cinema e virou quase sinônimo de comédia sobre prazer feminino, a atriz acabou se tornando referência quando o tema é a sexualidade de mulheres maduras. Mas, recentemente, ela abriu o coração e contou um detalhe bem íntimo: sua filha, Clara, sente vergonha do trabalho da mãe quando o assunto envolve vibradores.

A confissão rolou no podcast MaterniDelas, que foi ao ar na última quarta-feira (10/9). Lá, Ingrid compartilhou como foi a conversa dentro de casa. Segundo ela, a menina, hoje com 15 anos, foi direta: “Mãe, eu morro de vergonha quando você fala disso. Minhas amigas todas te seguem”. Imagina a situação de uma adolescente que entra no Instagram e vê a mãe dela, famosa, falando abertamente de vibradores? É aquele mix de orgulho com constrangimento típico dessa fase da vida.

A resposta de Ingrid, como sempre, veio com leveza, mas também com firmeza: “Eu sei, filha. Mas quando você crescer vai entender a importância do vibrador e, quem sabe, até agradecer a mamãe por falar disso sem tabu”. A atriz ainda ressaltou que Clara já viu praticamente todos os seus filmes, com exceção justamente de De Pernas pro Ar. Segundo Ingrid, essa foi uma escolha respeitada desde o início: “Ela faz terapia desde os 4 anos, a gente conversa muito. Sempre expliquei que esse filme mudou minha carreira, mas não a obriguei a assistir. Ela mesma não tem vontade, e tudo bem”.

Esse cuidado de Ingrid em não forçar a filha a lidar com temas que ainda não fazem sentido para a idade mostra um lado mais humano dela, longe dos palcos e das câmeras. No mundo atual, onde pais e mães expõem filhos em vídeos, reels e até realities, ela prefere dar passos cautelosos. “Nunca quis expor a Clara demais. Claro que, às vezes, acontece, mas eu tomo muito cuidado”, contou.

É curioso pensar que, enquanto Ingrid desbravava o humor no cinema brasileiro falando de prazer feminino — algo que, em 2010, ainda era visto com bastante resistência —, sua filha crescia ao lado dessa imagem pública. Hoje, adolescentes da idade de Clara vivem num mundo onde influenciadores falam de tudo no TikTok, de skincare a política, mas ainda sentem aquele “cringe” quando o assunto vem dos pais. No fundo, é natural: toda geração acha que a anterior exagera em alguma coisa.

Apesar da vergonha, Clara já reconhece a importância do trabalho da mãe. Ingrid contou que a filha comenta: “Mãe, minha professora é sua fã!” ou até brinca quando descobre que conhecidos são apaixonados pelos filmes dela. Essa validação externa ajuda a adolescente a enxergar que a mãe não é apenas a mulher que insiste em falar de orgasmo, mas uma artista respeitada e admirada.

Vale lembrar que o impacto de De Pernas pro Ar não foi pequeno. O filme não só fez sucesso de bilheteria, mas abriu espaço para discussões sobre liberdade sexual, principalmente de mulheres que passaram dos 40. Num Brasil onde até hoje temas ligados à sexualidade feminina ainda viram alvo de preconceito ou piada em rede social, Ingrid conseguiu transformar assunto tabu em comédia popular. Talvez, por isso, Clara só vá realmente compreender a dimensão disso mais tarde, quando olhar para trás e perceber que a mãe estava alguns passos à frente do seu tempo.

No fim, essa relação entre mãe famosa e filha adolescente é quase um retrato de tantas famílias brasileiras. Enquanto a geração dos pais tenta quebrar barreiras, os filhos aprendem a lidar com a exposição. Ingrid, com seu jeito espontâneo, mostra que é possível equilibrar carreira, humor e vida pessoal sem deixar de lado o respeito ao tempo da filha. Afinal, vergonha de mãe e pai é quase universal. Quem nunca?