A Importância da Representatividade LGBT na Televisão
João Côrtes, um ator de 30 anos, recentemente compartilhou seus pensamentos sobre a necessidade de personagens LGBT bem desenvolvidos na televisão. Durante uma entrevista à CNN, ele enfatizou que a profundidade das interpretações não só aumenta a visibilidade, mas também traz uma representatividade essencial para a comunidade.
Visibilidade e Dignidade
Para Côrtes, a representação de personagens LGBT não se resume a mostrar rostos diferentes na tela. Ele acredita que isso vai além, tocando em aspectos fundamentais como dignidade, empatia e a possibilidade de criação de uma conexão real. “Quando esses personagens são retratados com profundidade, eles se tornam espelhos para quem faz parte da comunidade e faróis para quem está de fora”, comentou ele, ressaltando que isso ajuda a quebrar preconceitos e a fomentar a identificação.
Reflexões sobre Estereótipos
O ator também relatou uma experiência pessoal em que negou um papel porque sentiu que o personagem reforçava estereótipos prejudiciais sobre as pessoas LGBT. Ele acredita que esse tipo de representação é não só desnecessário, mas danoso. Côrtes disse: “Isso é fundamental porque representa mais do que visibilidade — é sobre dignidade, empatia e possibilidade.”
A Complexidade da Representação
João Côrtes tem um desejo claro: quer ver mais personagens LGBT retratados com verdade, complexidade e humanidade. “Não quero que eles sejam definidos somente pela sexualidade, mas que isso seja apenas uma camada entre tantas outras”, afirmou. Ele sonha com histórias que vão além do comum, que incluam romances, aventuras e conflitos existenciais, sempre com dignidade e riqueza emocional.
O Papel Principal em ‘Eddy – Violência e Metamorfose’
Atualmente, Côrtes está prestes a estrear no papel principal da peça “Eddy – Violência e Metamorfose”, que terá sua estreia no dia 19 de junho, no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro. Esta montagem é inspirada em três livros do autor francês Édouard Louis, que aborda de maneira corajosa temas como identidade LGBT, violência, sexualidade e transformação pessoal. O ator interpreta o alter ego do autor, mergulhando em uma narrativa visceral sobre a trajetória de um jovem homossexual criado em um ambiente operário na França.
Preparação para o Papel
A preparação para esse personagem não foi fácil. Côrtes passou por um intenso processo de construção emocional e uma transformação visual significativa, adotando cabelos loiros platinados, deixando para trás os fios ruivos que marcaram sua carreira até então. Essa mudança não é apenas estética; é uma representação do compromisso do ator em trazer autenticidade e profundidade ao seu papel.
Reflexões Finais
A montagem da peça busca traduzir a força da obra de Louis, um dos escritores mais impactantes da literatura contemporânea, e convida o público a refletir sobre a construção de identidades em contextos sociais frequentemente violentos e excludentes. Idealizada pela Companhia Polifônica, a peça possui direção e dramaturgia de Luiz Felipe Reis e Marcelo Grabowsky e terá sessões até o dia 13 de julho, com apresentações de quinta a domingo, sempre às 20h30.
Um Convite à Reflexão
Essa discussão traz à tona a importância de se ter mais personagens LGBT nas telas e palcos, que não sejam apenas figuras secundárias ou estereotipadas, mas sim protagonistas de suas próprias histórias. É um convite para que todos nós, como sociedade, possamos refletir sobre como a arte pode ser uma ferramenta poderosa para a mudança social.
Se você se sente tocado por essa temática, compartilhe sua opinião nos comentários e vamos juntos expandir essa conversa sobre a representatividade na arte!