Na manhã dessa quinta-feira, 11 de setembro, o ator veterano José de Abreu voltou a movimentar as redes sociais ao comentar, de forma irônica, a morte do influenciador conservador norte-americano Charlie Kirk. O falecimento de Kirk havia sido confirmado no dia anterior, quarta-feira (10/9), e rapidamente virou assunto tanto na imprensa estrangeira quanto em fóruns políticos e grupos de apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
José de Abreu, conhecido tanto por seus trabalhos na televisão quanto pelas posições políticas afiadas, não deixou passar a oportunidade de provocar. No X (rede social que até pouco tempo atrás se chamava Twitter), ele respondeu a uma publicação de um internauta que ironizava a morte do influenciador, famoso por ser aliado fiel de Trump e por suas críticas ferrenhas contra governos e instituições estrangeiras, incluindo o Brasil.
Tudo começou com a repercussão de uma reportagem republicada na plataforma. O texto lembrava que, em março deste ano, Kirk havia pressionado o governo norte-americano para que aplicasse tarifas e até sanções econômicas contra o Brasil. O motivo? A decisão do Supremo Tribunal Federal de aceitar uma denúncia contra Jair Bolsonaro, envolvendo suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições.
Na época, Kirk classificou a medida como um ataque direto à liberdade de expressão, ecoando discursos que já vinham sendo repetidos em alas conservadoras dos EUA e também entre apoiadores brasileiros do ex-presidente. O influenciador chegou a usar termos pesados contra ministros do STF, o que, de certo modo, ajudou a acirrar a polarização política entre os dois países.
No meio dessa confusão, quando a notícia da morte dele se espalhou, não demorou muito para aparecerem comentários atravessados. Um usuário do X fez piada, escrevendo: “O Brasil segue vivo, já ele”. A frase viralizou rapidamente. José de Abreu então entrou na jogada e compartilhou a publicação, acrescentando: “Foi visitar o Olavo”.
O comentário é uma referência direta a Olavo de Carvalho, falecido em 2022 aos 74 anos. Olavo foi um dos nomes mais influentes do bolsonarismo, considerado por muitos como mentor intelectual da direita brasileira nos últimos anos. A associação feita por José de Abreu, portanto, não só buscava ironizar a morte de Kirk como também cutucar toda a base bolsonarista.
Não é de hoje que o ator se envolve em polêmicas desse tipo. Ele já protagonizou diversas brigas virtuais com simpatizantes da direita, incluindo debates acalorados durante o auge da pandemia, quando defendia abertamente medidas de restrição e atacava figuras públicas que iam contra a vacinação. Dessa vez, novamente, sua postura dividiu opiniões.
Enquanto parte dos usuários considerou a ironia um exagero desrespeitoso em cima da morte de alguém, outros acharam a tirada espirituosa e até necessária diante das provocações que o próprio Charlie Kirk já havia feito contra o Brasil. Essa divisão de reações não é novidade: basta lembrar as discussões recentes em torno de declarações parecidas de artistas e influenciadores sobre figuras políticas.
Esse episódio reforça como a internet virou um verdadeiro campo de batalha de narrativas, onde cada morte ou escândalo vira combustível para novas disputas ideológicas. José de Abreu, com seu estilo ácido e sem papas na língua, parece disposto a seguir ocupando esse espaço, custe o que custar.
Vale destacar que a morte de Charlie Kirk ainda está sendo cercada de especulações nos Estados Unidos. Embora a imprensa local tenha confirmado a informação, detalhes sobre as circunstâncias não foram amplamente divulgados. Isso abre espaço para teorias, boatos e, claro, mais debates inflamados.
No fim das contas, o comentário de José de Abreu é apenas mais um capítulo de uma longa história em que política, redes sociais e celebridades se misturam. Num momento em que o Brasil ainda digere os desdobramentos das investigações contra Bolsonaro e em que os Estados Unidos se preparam para as eleições presidenciais de 2024, episódios como esse acabam ganhando um peso maior do que talvez merecessem.
Mas é justamente isso que mantém as redes sociais fervendo: uma mistura de ironia, tragédia e política, temperada pela habilidade de figuras como José de Abreu em transformar qualquer situação em manchete.
Confira:
