Jovem brasileira que caiu em vulcão na Indonésia está “escorregando” e país reavalia resgate delicado

Juliana Martins, jovem brasileira de 26 anos (embora alguns veículos estejam dizendo 24), continua desaparecida após sofrer uma queda de cerca de 300 metros enquanto fazia trilha no Monte Rinjani, um dos vulcões mais altos e desafiadores da Indonésia. O acidente aconteceu na última sexta-feira (20), e até agora, mais de 60 horas depois, ela ainda não foi resgatada — o que tem deixado a família em total desespero.

Segundo os parentes, Juliana estaria “escorregando montanha abaixo” desde o acidente, numa área extremamente difícil de alcançar. Os vídeos que circularam nas redes sociais nos últimos dias, supostamente mostrando o momento do resgate, foram apontados como falsos pela própria família. Uma amiga que acompanha o caso declarou que Juliana não está mais onde foi vista da última vez e que ela pode estar se movendo lentamente pela encosta, talvez devido à gravidade da lesão ou apenas pelo relevo instável.

As autoridades indonésias chegaram a divulgar na manhã desta segunda-feira (23), por meio do Instagram do Parque Nacional Gunung Rinjani, que Juliana havia sido localizada por um drone. Segundo a publicação, ela está “visualmente imóvel”, encurralada num penhasco de aproximadamente 500 metros de profundidade. Ainda segundo eles, o drone conseguiu captar imagens da brasileira, que parece estar consciente, mas sem condições de se mover.

Dois grupos de resgate foram enviados para o local, mas enfrentaram diversos obstáculos. O ponto onde Juliana está é cercado por formações rochosas que dificultam qualquer tentativa de ancoragem segura para o resgate com cordas. A equipe chegou a iniciar a escalada, mas precisou recuar devido à neblina densa e às condições instáveis do clima — algo bastante comum nessa época do ano na região.

O governador da província de Sonda Ocidental chegou a participar de uma reunião por Zoom com as equipes envolvidas e sugeriu o uso de helicópteros, lembrando que o “tempo dourado” de 72 horas para esse tipo de resgate estava se esgotando. Apesar disso, o chefe do Escritório de Mataram Basarnas (espécie de Defesa Civil local) alertou que, embora tecnicamente possível, o uso de helicópteros precisa ser muito bem calculado, já que mudanças rápidas no clima podem tornar a missão perigosa tanto pra equipe quanto pra Juliana.

Nesta segunda-feira, os trabalhos foram retomados com a esperança de trazer Juliana de volta, mas foram novamente interrompidos por causa do mau tempo. A família já começa a mostrar impaciência com o que consideram uma série de atrasos e recuos injustificáveis. Eles dizem que a jovem está sem comida, sem água e sem roupas apropriadas pro frio desde sexta-feira — ou seja, são mais de três dias de sobrevivência sob condições extremas.

“Recebemos a confirmação de que ela foi localizada de novo, e a equipe tá descendo até onde ela foi vista. Mas logo depois soubemos que o resgate foi paralisado mais uma vez”, disse um dos familiares pelas redes sociais.

Juliana estava sozinha no momento do acidente. Turistas que passavam pela trilha no sábado (21) avistaram ela caída e usaram um drone pra captar imagens, que foram compartilhadas online e acabaram chegando até o Brasil. Foi assim que a família soube do ocorrido.

Agora, todos torcem pra que o resgate consiga agir a tempo, mesmo com todas as dificuldades naturais do local. Enquanto isso, cresce a pressão sobre as autoridades indonésias pra acelerar a operação e salvar a vida da brasileira.