A Justiça deu uma liminar a favor de uma ex-funcionária do SBT que foi demitida enquanto ainda estava em tratamento contra um câncer. A decisão foi tomada pela juíza Serpa Panzan, da 5ª Vara do Trabalho de Osasco, que determinou que a demissão fosse anulada em até dois dias. Caso a emissora não cumpra a ordem, terá que pagar uma multa diária de R$ 1 mil.
De acordo com o site Notícias da TV, o SBT, pertencente à família Abravanel, ainda não foi oficialmente notificado sobre a decisão da Justiça. A emissora, por sua vez, afirmou que tomará as medidas necessárias assim que receber a notificação.
A funcionária, que fazia parte da equipe do jornal “SBT Brasil”, ficou muito revoltada com a situação e até fez um apelo à emissora. Ela lembrou de como as coisas eram com o fundador do SBT, Silvio Santos, que faleceu em 2024, e disse: “Com o Silvio Santos não era assim”. A ex-funcionária, que está lutando contra um câncer no cérebro, contou que sua demissão aconteceu em janeiro deste ano, no meio de um tratamento essencial para sua saúde.
A juíza que deu a liminar explicou que a demissão da mulher coloca em risco seu tratamento e sua saúde. Ela enfatizou que a medida é urgente, pois a continuidade do tratamento da funcionária está diretamente ligada à manutenção do seu convênio de saúde. Segundo a decisão, a atitude da empresa fere os princípios da dignidade humana e da proteção da vida, que são fundamentais nas relações de trabalho.
A ex-funcionária foi contratada pelo SBT em 2017 e, desde 2019, faz um tratamento contínuo contra o câncer, com o uso de medicação oral. No entanto, o convênio de saúde foi mantido pela emissora por apenas mais seis meses, o que fez com que ela procurasse ajuda. A mulher então entrou em contato com o Sindicato dos Jornalistas e buscou apoio jurídico para tentar resolver a situação.
A situação gerou grande repercussão, principalmente por se tratar de uma pessoa que estava passando por um momento tão delicado de sua vida e, além disso, a demissão aconteceu no meio de um tratamento de saúde. O caso também levanta discussões sobre como as empresas tratam seus funcionários em situações como essa, principalmente em relação aos direitos trabalhistas e à proteção social que eles devem receber.
Essa decisão da Justiça, ao anular a demissão e cobrar o cumprimento da medida sob pena de multa, reflete a importância de garantir os direitos dos trabalhadores, principalmente em casos tão sensíveis quanto esse. A decisão também mostra que a Justiça está atenta às necessidades de quem está em tratamento médico, ainda mais quando se trata de uma doença tão grave como o câncer.
Enquanto isso, a ex-funcionária segue lutando pela sua saúde, aguardando que a Justiça seja feita, não apenas no âmbito profissional, mas também em relação à sua vida pessoal e ao seu direito de continuar o tratamento sem ser prejudicada pela perda do convênio de saúde. A expectativa agora é que a emissora cumpra a decisão judicial e que, em breve, ela possa retomar sua rotina de tratamento com mais segurança e dignidade.
Esse caso traz à tona não apenas a questão de um direito trabalhista, mas também um debate mais amplo sobre como a saúde e a dignidade das pessoas devem ser respeitadas no ambiente de trabalho, especialmente em momentos tão difíceis da vida.