A tragédia que marcou o primeiro dia de trabalho da enfermeira Maria Fernanda Rojas Ortiz, de 31 anos, ainda causa comoção na Europa. Nascida no Chile, mas com cidadania alemã, Maria embarcava em uma nova fase da vida, empolgada com o desafio de atuar como enfermeira de bordo. Porém, o destino foi cruel. O pequeno avião em que ela trabalhava caiu pouco depois da decolagem, no último domingo (13/07), nos arredores de Londres, tirando a vida dela e de mais três pessoas.
Segundo informações divulgadas pela BBC News, Maria tinha experiência no setor público antes de migrar para a aviação executiva, onde prestava cuidados médicos durante voos. Uma amiga próxima contou que ela havia se casado recentemente, em fevereiro do ano passado, e era conhecida por seu jeito gentil, coração grande e humildade de sobra. Era daquelas pessoas que iluminavam o ambiente, segundo os relatos.

A aeronave, um modelo Beech B200 Super King Air, havia partido de Atenas, na Grécia, com destino final em Pula, na Croácia. Durante o trajeto, fez uma escala em Londres, no aeroporto de Southend, de onde decolou novamente — mas não chegou longe. Poucos minutos depois, veio a queda fatal. O avião explodiu ao tocar o solo. Testemunhas disseram ter visto uma bola de fogo no céu, algo assustador, que foi registrado em vídeos compartilhados nas redes sociais. As imagens também mostravam uma densa fumaça preta saindo dos destroços.
Além de Maria, dois pilotos de nacionalidade holandesa também morreram no acidente, além de outro membro da tripulação que ainda não teve a identidade divulgada até o momento. O clima entre os colegas da empresa e familiares é de total consternação.
Equipes de emergência foram rapidamente acionadas: o Serviço de Incêndio e Resgate do Condado de Essex, a Força Aérea Real (RAF), o próprio aeroporto de Southend e, claro, o Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos (AAIB), que já iniciou os trabalhos para entender o que causou a tragédia. Detetives e peritos forenses estão analisando todos os dados disponíveis, desde as comunicações feitas antes do voo até as condições climáticas no momento do acidente.
Ainda não se sabe ao certo o motivo da queda, mas especula-se sobre possíveis falhas mecânicas. Vale lembrar que, embora o Beech B200 seja considerado um avião confiável e muito usado na Europa, ele exige manutenção constante — algo que também está sendo investigado.
Em tempos de tantos debates sobre segurança na aviação e o papel essencial das equipes médicas a bordo, a morte de Maria reacende uma discussão importante: o quão preparados estão os serviços de táxi aéreo para operar com segurança, especialmente em rotas menores e menos monitoradas? Com o aumento do uso de aviões particulares e pequenos voos comerciais, principalmente no pós-pandemia, cresce também a responsabilidade das autoridades e empresas em garantir que vidas não sejam perdidas por negligência.
Maria deixa um legado de cuidado, empatia e dedicação à profissão. Sua história, embora interrompida de forma trágica, servirá como alerta e, quem sabe, como impulso para melhorias na segurança desses serviços. Afinal, por trás de cada uniforme, há sonhos, famílias e histórias como a dela, que não podem simplesmente virar estatística.