No início da noite desta quinta-feira (13), uma tragédia ocorreu na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, quando Ana Beatriz Barcelos Nascimento, de 12 anos, voltava de sua aula de balé e foi atingida por um disparo. Ela foi alvejada nas costas, com o projétil atravessando seu corpo até a barriga. Ana Beatriz foi levada para o Hospital Municipal Evandro Freire, onde passou por uma cirurgia que durou 4 horas. Devido à gravidade do seu estado, na manhã seguinte (14), foi transferida para a UTI do Hospital Souza Aguiar.
Testemunhas relataram que o incidente ocorreu durante um confronto entre policiais e criminosos na Comunidade da Pixunas. Segundo a Polícia Civil, os policiais estavam investigando denúncias de extorsões praticadas por traficantes contra motoristas de aplicativo quando foram atacados. Após o tiroteio, souberam que uma criança havia sido ferida. As armas dos policiais foram recolhidas para perícia, e as imagens das câmeras corporais serão analisadas pela Delegacia de Homicídios da Capital, que auxilia nas investigações.
A Polícia Militar informou que as equipes estavam patrulhando a região em resposta às denúncias de extorsão por parte de traficantes. Durante o patrulhamento, os policiais foram alvo de disparos e reagiram, resultando no confronto. Após serem informados sobre a criança ferida, os policiais foram ouvidos e os armamentos utilizados foram apreendidos. A Corregedoria da Polícia Militar abriu um procedimento para investigar o incidente.
É importante destacar que os policiais estavam equipados com câmeras operacionais portáteis, cujas imagens podem ser fundamentais para esclarecer os eventos que levaram ao ferimento de Ana Beatriz, colaborando com as investigações conduzidas pela polícia civil.
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O desaparecimento de crianças no Brasil é uma realidade alarmante que afeta milhares de famílias todos os anos. De acordo com dados recentes, o país registra cerca de 40 mil casos de desaparecimento infantil anualmente, o que representa uma preocupação constante e uma pauta recorrente nos noticiários.
A situação é ainda mais grave ao considerar que aproximadamente 35% das pessoas desaparecidas no Brasil são crianças e adolescentes com idade entre 0 e 17 anos. Esses desaparecimentos podem estar relacionados a diversas causas, como trabalho escravo, exploração sexual, adoção ilegal, sequestro para tráfico de órgãos, conflitos familiares, uso de drogas ilícitas e tráfico de pessoas.
Entre 2007 e 2016, foram registrados mais de 693.000 boletins de ocorrência por desaparecimentos no país. Esses números evidenciam a gravidade do problema e a necessidade urgente de políticas públicas eficazes para prevenir e lidar com esses casos.
Internacionalmente, estima-se que 1,2 milhão de crianças desaparecem a cada ano no mundo, destacando a dimensão global desse problema complexo.
Uma das propostas para lidar com essa questão é o uso da tecnologia de biometria neonatal, que poderia potencialmente ajudar na identificação e localização rápida de crianças desaparecidas, proporcionando uma resposta mais eficiente e aumentando as chances de reuni-las com suas famílias.
No entanto, é essencial enfrentar as causas subjacentes ao desaparecimento infantil, como a pobreza, a desigualdade social e a falta de segurança pública efetiva, para garantir um ambiente mais seguro para todas as crianças e adolescentes no Brasil e no mundo.