Nikolas Ferreira coloca em prática mais uma vez modelo de vídeo do Pix em prol de anistia

Na quinta-feira, dia 3, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) postou um vídeo defendendo o projeto de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A gravação tem cerca de sete minutos e, como no caso do Pix, o deputado apostou no mesmo formato que viralizou no começo do ano. A proposta da anistia está causando bastante repercussão e gerou muitos debates, principalmente nas redes sociais.

No vídeo, Nikolas começa falando sobre as pessoas que estão sendo investigadas pela participação nas invasões e depredações que aconteceram nos Três Poderes, em Brasília. Ele se aproveitou de um caso bem específico para chamar a atenção: a de Débora Rodrigues dos Santos. Ela foi uma das pessoas que pichou a famosa estátua “A Justiça” com a frase “Perdeu, mané”, usando batom. Pra quem não sabe, essa mulher foi condenada a 14 anos de prisão, mas acabou sendo transferida pra prisão domiciliar. O caso tem sido muito explorado pela oposição, que usa a história pra reforçar o apoio ao projeto da anistia.

O que chamou atenção mesmo foi a comparação que Nikolas fez entre a Débora e Rosa Parks, ativista histórica dos Estados Unidos que foi símbolo da luta contra o racismo. Em 1965, Rosa se recusou a ceder seu lugar no ônibus para uma pessoa branca, em Montgomery, Alabama, e esse ato se tornou um marco na história do movimento dos direitos civis. O deputado brasileiro fez a comparação, dizendo que “a injustiça contra uma mulher virou um marco de uma luta coletiva. Lá foi um ônibus, aqui um batom.” A ideia de comparar esses dois episódios causou bastante polêmica, mas também gerou muito engajamento nas redes.

No vídeo, Nikolas também falou sobre a condenação dos envolvidos nos atos de janeiro, questionando a dosimetria das penas. Ele criticou a diferença de tratamento entre manifestações da direita e da esquerda, dizendo que ações de grupos da esquerda no passado não foram tão severamente punidas. A polêmica é grande, e tem gente concordando e discordando do deputado nas redes sociais. Como ele é muito ativo no Instagram, o vídeo acabou viralizando e teve mais de 34 milhões de visualizações até a tarde de sexta-feira. Ele também publicou o vídeo no X (antigo Twitter), onde teve uma boa repercussão, com cerca de 1,3 milhões de visualizações.

Esse apoio nas redes sociais é um movimento estratégico. A bancada do PL (Partido Liberal) está tratando o projeto da anistia como a “pauta única” e “prioritária”. O problema é que, apesar de todo o esforço, a proposta ainda enfrenta bastante resistência no Congresso Nacional, principalmente por parte de quem se opõe a ela. A bancada do PL ainda não conseguiu reunir apoio suficiente para colocar em votação o requerimento de urgência que poderia acelerar o processo.

Embora o projeto tenha ganhado bastante visibilidade online, com o apoio de parlamentares como Nikolas, as manifestações a favor e contra a anistia têm sido pequenas e não têm conseguido mobilizar a população como um todo. A verdade é que as ruas não têm mostrado grande interesse pelo tema, pelo menos por enquanto.

Além disso, Nikolas tem se mostrado um dos deputados com maior engajamento nas redes sociais, e a forma como ele usa esse poder para divulgar seus pontos de vista já causou efeito em outras ocasiões. Lembram do caso do Pix? Em janeiro, ele postou um vídeo que causou uma onda de desinformação sobre o sistema de pagamento, fazendo com que o governo recuasse de uma medida de fiscalização que iria ser implementada.

E, mesmo com as críticas e polêmicas, o deputado segue com sua estratégia de comunicação nas redes sociais, tentando tornar a anistia uma pauta popular e garantindo que o debate sobre o tema continue quente. Ele tem mostrado que, no jogo político atual, saber usar as redes sociais é quase tão importante quanto o que se discute no Congresso.