O cantor Marrone, da dupla com Bruno, pode levar alguns meses para se recuperar completamente da cirurgia de glaucoma realizada na última semana. O procedimento foi realizado às pressas, gerando preocupações entre os fãs. Para esclarecer o problema enfrentado pelo artista, a CARAS Brasil entrevistou o oftalmologista Gustavo Bonfadini.
O especialista explica que o glaucoma não possui cura, mas pode ser controlado por meio de tratamentos que visam reduzir a pressão intraocular e evitar danos adicionais ao nervo óptico. As opções terapêuticas incluem medicamentos, tratamento a laser ou cirurgia, sendo que o tempo de recuperação após a cirurgia pode variar de paciente para paciente.
Mas o que é Glaucoma?
O glaucoma é uma condição que afeta diretamente o nervo óptico dos olhos e está associado à perda de células da retina, responsáveis por enviar sinais nervosos ao cérebro.
A elevação da pressão intraocular aumenta significativamente o risco de desenvolvimento do glaucoma. No entanto, não há um valor específico de pressão intraocular que determine o aparecimento da doença. Isso significa que uma pessoa pode desenvolver glaucoma com uma pressão relativamente baixa, enquanto outra pode desenvolvê-lo com uma pressão mais alta – varia de paciente para paciente.
Portanto, é crucial estar atento a qualquer mudança e procurar um especialista para avaliar qualquer suspeita de glaucoma. É importante destacar que o tratamento é essencial, pois o glaucoma não tratado pode levar a danos permanentes no disco óptico da retina, resultando em perda progressiva do campo de visão e até mesmo cegueira permanente. Por esse motivo, o glaucoma demanda atenção constante e cuidados adequados.
Existem diferentes tipos de glaucoma, cada um com características específicas:
- Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (Glaucoma Crônico): É o tipo mais comum. A pressão intraocular aumenta gradualmente ao longo do tempo, afetando o nervo óptico de forma lenta e progressiva.
- Glaucoma de Ângulo Fechado (Glaucoma Agudo): É uma forma mais rara e aguda, onde a pressão intraocular aumenta rapidamente devido ao fechamento súbito do ângulo de drenagem do olho, levando a sintomas intensos como dor ocular, visão turva e náuseas.
- Glaucoma Congênito: É uma condição que se desenvolve antes do nascimento e geralmente é diagnosticada em bebês ou crianças pequenas. Pode estar associado a anomalias no desenvolvimento do sistema de drenagem do olho.
- Glaucoma Secundário: Surge como resultado de outras condições oculares ou doenças sistêmicas que afetam o olho, como traumas oculares, inflamações, uso prolongado de medicamentos corticosteroides, entre outros.
Cada tipo de glaucoma requer uma abordagem específica de diagnóstico e tratamento, sendo fundamental que apenas um profissional especializado possa realizar os exames necessários para determinar corretamente o tipo de glaucoma presente em cada paciente.
Os sintomas do glaucoma podem ser sutis nos estágios iniciais, e a condição é muitas vezes assintomática. No entanto, os sinais mais comuns incluem:
- Perda gradual da visão periférica, que pode progredir para uma visão central comprometida em estágios avançados.
- Visão em “túnel”, onde apenas a visão central permanece clara enquanto a visão periférica é afetada.
- Dificuldade em enxergar em ambientes escuros.
- Visão embaçada ou turva.
- Dor ocular intensa com náuseas e vômitos (para casos de glaucoma agudo de ângulo fechado).
É fundamental buscar assistência médica ao notar qualquer alteração na visão, pois o tratamento precoce pode prevenir danos significativos ao nervo óptico e à visão.
Quanto aos fatores de risco, são importantes a considerar:
- Histórico familiar de glaucoma.
- Pressão intraocular elevada.
- Idade superior a 40 anos.
- Hipertensão arterial ou pressão arterial elevada crônica.
- Uso prolongado de medicamentos à base de corticosteroides.
- Doenças oculares pré-existentes, como deslocamento de retina ou tumores intraoculares.
A avaliação regular com um oftalmologista é crucial para monitorar a saúde ocular e identificar precocemente qualquer sinal de glaucoma, especialmente se houver fatores de risco presentes.