Policial Suspeito de Ligação com o PCC é Preso Novamente em Investigação de Golpes Financeiros

No último domingo, dia 14, o policial civil Cyllas Salerno Elia Junior foi detido pela terceira vez, levantando questões sobre sua ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa nova prisão foi realizada pela Corregedoria da Polícia Civil, que cumpriu um mandado de prisão temporária. A situação se agrava ainda mais com a realização de buscas em cinco locais associados à investigação em andamento.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não revelou detalhes sobre o crime pelo qual Cyllas está sendo investigado desta vez. No entanto, fontes da CNN informaram que ele está sendo alvo de um inquérito relacionado a golpes financeiros que afetam os moradores do Jardim Pantanal, uma área na Zona Leste da capital paulista.

Golpes Financeiros e Lavagem de Dinheiro

De acordo com a investigação, documentos de residentes do Jardim Pantanal foram utilizados para abrir contas bancárias que serviam como ferramentas para lavagem de dinheiro. Este tipo de crime é bastante complexo e envolve a manipulação de documentos e a utilização de contas fictícias para esconder a origem ilícita dos valores. A defesa de Cyllas, por sua vez, negou qualquer envolvimento do policial, chamando a prisão de “desnecessária”.

O advogado de Cyllas, Márcio Sayeg, afirmou que o policial se apresentou voluntariamente na sede da Corregedoria, demonstrando sua disposição em colaborar com as investigações. Essa atitude pode ser vista como uma tentativa de recuperar sua imagem e se distanciar das acusações que pesam sobre ele.

Histórico de Prisões e Conexões Criminosas

O histórico de prisões de Cyllas é alarmante. No último ano, ele já havia sido preso duas vezes em investigações que apuram crimes de lavagem de dinheiro associados ao PCC, a maior facção criminosa do Brasil. Durante uma das investigações, a Operação Hydra, coordenada pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), surgiram evidências de que Cyllas era sócio de uma instituição financeira chamada 2GO Bank.

A 2GO Bank é uma das instituições financeiras que estão sob investigação por supostamente ocultar recursos ilícitos da facção, envolvendo tráfico de drogas e diversas atividades criminosas. Os investigadores alegam que a empresa movimentou grandes quantias de dinheiro utilizando mecanismos financeiros sofisticados, com o objetivo de esconder a origem e os verdadeiros beneficiários dos valores.

Uma das revelações mais impactantes sobre o caso foi feita por Vinicius Gritzbach, um empresário que foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024. Gritzbach se tornou uma figura central nas investigações, afirmando que Cyllas era um dos sócios da 2GO Bank, junto com outras figuras ligadas ao PCC que já estão mortas.

Operações e Repercussões

Além da Operação Hydra, Cyllas também foi preso durante a Operação “Dólar Tai-pan”, que desmantelou um esquema completo para ocultação de capitais e lavagem de dinheiro, envolvendo grupos criminosos que atuam no tráfico de drogas, contrabando e outros crimes. Sua prisão rápida após as duas primeiras detenções e a possibilidade de responder em liberdade levantam questões sobre a seriedade das investigações e o sistema de justiça.

A defesa de Cyllas continua a afirmar que a 2GO Bank não tem nenhuma conexão com o inquérito atual que investiga golpes contra os moradores do Jardim Pantanal. Eles prometem apresentar toda a documentação necessária na próxima audiência, que está agendada para terça-feira, dia 16, como um esforço para provar a inocência do policial.

Expectativas e Reações

Enquanto isso, a CNN tentou entrar em contato com a SSP para esclarecer se Cyllas ainda ocupa algum cargo na Polícia Civil, mas até o fechamento desta matéria, não houve retorno. As investigações continuam e a sociedade aguarda respostas sobre a real extensão das ligações do policial com o crime organizado e os impactos que isso pode ter sobre a comunidade.

Esse caso ressalta a importância de um sistema de justiça eficaz e a necessidade de responsabilização para aqueles que abusam de suas posições de poder. A sociedade precisa de garantias de que as autoridades estão fazendo o seu trabalho para proteger os cidadãos e combater a criminalidade.

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